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domingo, 16 fevereiro, 2025

Migração venezuelana e tensões políticas marcam debate no Parlamento da Guiana

Durante o debate, também foram apresentados dados sobre a migração venezuelana para a Guiana

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DA REDAÇÃO – O Parlamento da Guiana foi palco de um intenso confronto na última segunda-feira (27), em torno da crescente migração venezuelana para o país e das declarações de parlamentares da oposição, que foram consideradas xenofóbicas por muitos. A discussão tornou-se acirrada quando a Ministra de Turismo, Indústria e Comércio, Oneidge Walrond, criticou duramente a deputada Amanza Walton-Desir, que havia associado o aumento da população migrante a riscos para a segurança nacional e a soberania da Guiana.

Walrond reagiu enfaticamente, desafiando a postura da oposição ao afirmar que a grande maioria dos venezuelanos no país tem ascendência guianense. Para ela, a deputada Walton-Desir estaria manipulando o discurso sobre migração para semear pânico e criar uma retórica divisiva. “A maioria dos venezuelanos que estão aqui são de origem guianense. Essas discussões estão sendo distorcidas para criar temores desnecessários”, afirmou Walrond, defendendo a integração dos migrantes como parte da diversidade e história do país.

A deputada Walton-Desir, por sua vez, argumentou a favor de um controle mais rigoroso sobre a migração, sugerindo que fosse criada uma política que priorizasse os guianenses e limitasse, inclusive, o direito de voto para imigrantes. Ela também alertou para ações recentes do governo venezuelano que considera como uma escalada da tensão territorial, como a construção de uma ponte para a Ilha Ankoko e os planos da Venezuela de nomear um governador para a região do Essequibo, disputa de longa data entre os dois países.

“Essas ações constituem uma perigosa escalada de agressão. Devemos ir além de protestos formais e adotar medidas mais decisivas para proteger nossa integridade territorial”, afirmou Walton-Desir, evidenciando a conexão entre a migração venezuelana e o contexto geopolítico da disputa territorial sobre o Essequibo.

Durante o debate, também foram apresentados dados sobre a migração venezuelana para a Guiana. Segundo informações divulgadas pelo governo em 2024, cerca de 28 mil venezuelanos vivem atualmente no país, em busca de melhores condições de vida. Porém, o Ministro de Assuntos Internos, Robeson Benn, destacou que a comunidade venezuelana representa o maior grupo de estrangeiros no sistema prisional da Guiana, com 23 pessoas detidas por crimes como porte ilegal de armas, tráfico de drogas e homicídios.

Apesar das críticas sobre o impacto da migração, Walrond rebateu as acusações da oposição, defendendo que os benefícios sociais implementados pelo governo, como subsídios e pensões, não dependem exclusivamente das receitas do petróleo, como a oposição sugere. A ministra pediu que o debate fosse redirecionado para soluções concretas, voltadas para o desenvolvimento e gestão da migração, ao invés de promover divisões políticas e sociais no país.

 

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