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segunda-feira, 17 fevereiro, 2025

EUA apontam apoio à Guiana em litígio territorial com a Venezuela sobre a região de Essequibo

O litígio sobre Essequibo é uma questão de longa data, que perdura há mais de 100 anos e já foi abordado por diversas instâncias internacionais

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ESSEQUIBO – O litígio territorial entre a Guiana e a Venezuela, que envolve uma área rica em recursos naturais, incluindo vastas reservas de petróleo, voltou a ganhar destaque no cenário internacional após a primeira declaração pública do governo do presidente americano Donald Trump sobre o conflito. A região disputada, chamada Essequibo, corresponde a 75% do território da Guiana e possui um valor estratégico crescente, com estimativas apontando mais de 10 bilhões de barris de petróleo em sua subsolo.

A declaração do governo dos Estados Unidos foi feita por meio do Departamento de Estado. Em um telefonema com o presidente da Guiana, Irfaan Ali, o secretário de Estado, Marco Rubio, reiterou o “firme apoio” dos EUA à integridade territorial da Guiana, especialmente diante das ações da Venezuela, liderada por Nicolás Maduro. Rubio condenou as atitudes da administração venezuelana, classificadas como “belicosas” no contexto do litígio. A conversa também abordou um outro desafio regional importante: a crise de migração ilegal, que afeta tanto a Guiana quanto países vizinhos, com ambas as nações se comprometendo a tratar a questão de maneira conjunta.

A resposta de Caracas não demorou. O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil Pinto, reagiu de forma contundente à declaração de Rubio, chamando o secretário de Estado de “inimigo” do seu país e acusando-o de nutrir uma “obsessão doentia” em prejudicar a Venezuela. Para Gil, a intervenção dos EUA visa apenas apoiar as “fantasias” da Guiana, distorcendo a realidade do litígio. O ministro reiterou a posição oficial de que a única forma legítima de resolver o impasse é por meio do cumprimento do Acordo de Genebra de 1966, que reconhece o direito da Venezuela sobre a região de Essequibo.

O litígio sobre Essequibo é uma questão de longa data, que perdura há mais de 100 anos e já foi abordado por diversas instâncias internacionais. Em dezembro de 2023, os dois países chegaram a um acordo para não recorrer à força na resolução do conflito. Contudo, a situação se complicou ainda mais após a Guiana acusar a Venezuela de desrespeitar uma decisão da Corte Internacional de Justiça (CIJ), que proíbe qualquer ação que agrave as tensões territoriais. O incidente mais recente envolveu a conclusão por parte do Exército venezuelano de uma ponte que conecta a Venezuela à ilha de Ankoko, localizada na área reivindicada pela Guiana.

Em resposta a essas ações, o ministro guianense das Relações Exteriores, Hugh Todd, reiterou o compromisso da Guiana com a diplomacia e com o acordo firmado em 2023, buscando uma solução pacífica para a disputa. O embaixador venezuelano na Guiana, Carlos Amador Perez Silva, recebeu o protesto oficial e se comprometeu a fornecer uma explicação mais detalhada sobre o incidente.

 

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