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quinta-feira, 16 janeiro, 2025

Após 3 meses, PF identifica 2 brasileiros entre os 3 resgatados em naufrágio na Guiana Francesa; 15 estão desaparecidos

Material genético foi enviado para a sede da França em outubro. A terceira vítima não foi identificada. Desastre ocorreu em agosto, numa viagem ilegal do Amapá à Guiana Francesa.

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Depois de mais de 3 meses, foram identificados dois dos três corpos achados após o naufrágio de uma canoa com mais de 20 brasileiros no Oceano Atlântico no mês de agosto. A Polícia Federal (PF) informou nesta quarta-feira (8) que a identificação foi feita após confrontar materiais genéticos dos corpos com familiares que procuravam por desaparecidos.

Eram um homem de 58 anos e um adolescente de 15 anos, ambos moradores de Oiapoque, no município que faz fronteira com a Guiana Francesa, no Norte do Amapá. A PF não divulgou os nomes das vítimas, mas comunicou os familiares na tarde desta quarta-feira. A terceira vítima é do sexo masculino, mas a PF não conseguiu realizar a identificação e o laudo foi considerado inconclusivo.

A embarcação partiu de maneira ilegal de Oiapoque com destino ao departamento francês, em 28 de agosto. O grupo viajava em busca de trabalho e melhores condições de vida. Até hoje não há uma lista oficial de mortos ou desaparecidos da viagem. As forças de segurança francesas, que só souberam do caso quando uma mulher foi encontrada à deriva dias depois, procuraram por náufragos e corpos em 31 de agosto e 1º de setembro, e depois suspendeu o trabalho.

O governo brasileiro não faz buscas porque o naufrágio foi em território francês. As três vítimas foram resgatadas na semana seguinte ao desastre e seguem na Guiana Francesa. A Polícia esclareceu que a liberação dos restos mortais depende das autoridades francesas. Ainda há 15 pessoas dadas como desaparecidas, cujas famílias procuraram a polícia.

O reconhecimento foi feito por genética porque os corpos estavam em estado avançado de decomposição. A PF detalhou que, em outubro, o DNA dos três corpos foram enviados à sede da França. Depois, o sequenciamento genético foi confrontado com o material coletado em setembro de familiares que procuraram a PF.

Naufrágio e resgate

Em comunicado, a prefeitura da região da Guiana Francesa detalhou que a operação de resgate no mar foi iniciada depois que uma embarcação encontrou uma mulher agarrada em uma boia. Ela estava no canal de acesso ao porto de Kourou, do lado francês, e contou, segundo a nota, que estava à deriva depois que a canoa em que ela estava naufragou na noite de 28 de agosto.

Foto: Arquivo Pessoal

Foram destinadas à região um helicóptero e embarcações especializadas “para procurar possíveis náufragos em uma ampla faixa costeira de Caiena a Sinnamary”, cidades que ficam distantes 100 quilômetros uma da outra. As buscas foram feitas por dois dias e foram resgatadas apenas 4 pessoas com vida, em diferentes pontos do mar, e 3 corpos sem identificação.

Segundo o mapa que as autoridades brasileiras tiveram acesso, as correntes marítimas estavam os levando em direção ao Suriname. Com a decisão do governo francês de suspender as buscas, um grupo de voluntários resolveu procurar desaparecidos por conta própria em alto mar. O Ministério Público de Caiena abriu um inquérito policial judicial, confiado à Brigada Marítima de Caiena.

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