BELÉM – No coração da floresta amazônica, onde garimpeiros e exploradores ilegais de madeira buscam a riqueza da natureza, uma operação conjunta foi desencadeada nesta quarta-feira (17) no Pará para combater o garimpo ilegal, resultando na prisão de sete pessoas acusadas de crimes ambientais. A ação, realizada por mais de 70 policiais federais e servidores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), contou ainda com o apoio da Polícia Militar do estado e do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam).
Os alvos da operação eram pontos de garimpo ilegal em Parauapebas e Curionópolis, no sudeste paraense. Além das prisões em flagrante, os agentes confiscaram equipamentos e destruíram parte das máquinas que não puderam ser removidas do local.
Entre os materiais apreendidos, a Polícia Federal (PF) destacou duas pá carregadeiras, 16 motores hidráulicos, uma draga e 3 mil litros de óleo diesel. A estimativa da corporação é que o prejuízo causado aos financiadores dos garimpos ilegais alcance aproximadamente R$ 1,5 milhão.
A PF alertou para os danos ambientais resultantes dessas atividades ilegais, ressaltando que a região é “recorrente em extração ilegal de minérios” e já foi alvo de outras operações. Segundo a PF, a bacia hidrográfica local apresenta um alto grau de contaminação devido ao uso irregular de mercúrio pelos garimpeiros.
Além dos prejuízos ambientais, a PF destacou que a atividade ilegal dos garimpeiros representava um sério risco para a integridade das linhas de transmissão de energia elétrica da Usina de Belo Monte. A usina abastece o Sistema Interligado Nacional (SIN), tornando o desabastecimento uma ameaça iminente.
Apesar do forte aparato policial, moradores de uma vila próxima aos garimpos ilegais protestaram bloqueando uma via de acesso a Parauapebas. Manifestantes lançaram pedras, pneus e rojões contra os agentes públicos, demonstrando a complexidade e tensão associadas a essas operações em áreas sensíveis e economicamente impactadas pelo garimpo ilegal.