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Viúva de brasileiro morto às margens de rio relata como era a vida de Breno no Suriname

Ela descreve como suas vidas se entrelaçaram em uma jornada marcada pela dedicação ao combate à malária e à construção de um futuro juntos.

Atualizado há

PARAMARIBO – A viúva de Breno, garimpeiro brasileiro cuja vida foi tragicamente interrompida, conversou com o LPM News e relembrou os anos de amor e trabalho compartilhados com seu marido. Ela descreve como suas vidas se entrelaçaram em uma jornada marcada pela dedicação ao combate à malária e à construção de um futuro juntos.

“Sou de Altamira, no Pará”, ela começa, “cheguei ao Suriname ainda adolescente, seguindo minha mãe que trabalhava com equipamentos para garimpo. Minha família já estava estabelecida aqui quando eu cheguei, então cresci e me formei praticamente como adulta neste país.” Breno, por sua vez, veio de Belém do Pará aos 16 anos, seguindo sua mãe que já residia em Tabiki e também trabalhava no garimpo. “Nossas vidas se cruzaram anos depois, durante uma de minhas missões de pesquisa sobre doenças tropicais entre os garimpeiros locais.”

Ela lembra com carinho: “Passamos três dias juntos em Antônio do Brinco, onde Breno trabalhava como garimpeiro. Trocamos contatos e, meses depois, tive a felicidade de retornar à mesma região em uma nova missão de pesquisa, encontrando-o novamente.” A partir desse reencontro, decidiram construir suas vidas juntos. “Inicialmente continuamos trabalhando como garimpeiros, até que recebi uma oferta de emprego fixo nas missões de combate à malária. Breno sempre esteve ao meu lado, apoiando minha carreira e, eventualmente, tornou-se o piloto da canoa que usávamos para viajar pela região.”

Ao longo dos anos, mudaram-se várias vezes conforme suas carreiras progrediam. “Construímos uma casa em Antônio do Brinco e mais tarde nos mudamos para Albina, ainda engajados nos projetos de malária e no programa Malakit”, ela compartilha. “Breno era conhecido por sua generosidade e coragem, sempre disposto a ajudar os outros, mesmo nas condições mais adversas.”

Recordando momentos difíceis, ela descreve o impacto da morte. “Ele não era apenas meu marido, mas meu melhor amigo e minha inspiração diária. Sua gentileza e humanidade tocavam a todos que o conheciam.” Ela relembra como Breno, mesmo nos momentos mais desafiadores, encontrava força para ajudar os outros. “Quando encontramos filhotes de cachorro abandonados, ele não hesitou em resgatá-los, demonstrando seu coração bondoso.”

“O Suriname nos deu a oportunidade de contribuir significativamente para o combate à malária, um trabalho que Breno e eu valorizávamos profundamente”, ela reflete com gratidão. No entanto, nem tudo foi fácil. “Houve momentos de julgamento e incompreensão, mas não desejo a ninguém a dor que estou sentindo agora”.

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