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segunda-feira, 27 janeiro, 2025

Trump apresentará novo plano de paz para o Oriente Médio; veja outras tentativas dos EUA

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Norte-americano receberá Benjamin Netanyahu, premiê de Israel. Outros presidentes dos EUA tentaram mediar conflito entre Israel e Palestina, mas encontraram entraves durante ou depois das negociações.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve anunciar nesta terça-feira (27) um plano de paz para o Oriente Médio — mais especificamente, para o conflito entre Israel e Palestina.

A Casa Branca não divulgou detalhes da proposta, mas há a expectativa de que o governo israelense apoie a medida — até porque o país passará por eleições em março e o atual primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, é aliado de Trump e inclusive visitará a Casa Branca nesta terça. Do outro lado, a Autoridade Palestina sinalizou que não aceitará os termos do plano.

Parte da expectativa em torno do plano de Trump se deve à recente decisão dos Estados Unidos em deixar de considerar os assentamentos israelenses na Cisjordânia uma violação ao direito internacional — uma reversão da política adotada em 1978, no governo de Jimmy Carter.

Além disso, não será a primeira vez que os Estados Unidos encabeçam planos para pôr fim ao conflito entre Israel e Palestina: outros presidentes norte-americanos tentaram chegar a um acordo entre os dois lados ou, ao menos, apaziguar os ânimos. Alguns obtiveram mais sucesso; outros, menos.

Veja abaixo outras negociações dos EUA para tentar estabelecer a paz no Oriente Médio

Acordos de Camp David (1978)

  • Presidente dos EUA: Jimmy Carter (democrata)
  • Antecedentes: ocupação israelense na Península do Sinai (1967), Guerra do Yom Kippur (1973)
  • Resultados: reconhecimento do Estado de Israel por um país árabe (Egito); retirada de tropas israelenses da Península do Sinai; início dos diálogos para um governo com representação palestina em Gaza e na Cisjordânia.

A Casa Branca reuniu representantes de Israel e Egito — que encamparam os principais conflitos no Oriente Médio na década de 1970 — para uma série de reuniões em Camp David, uma residência oficial do governo norte-americano no estado de Maryland.

O resultado dos diálogos foi uma série de acordos assinados entre os líderes dos dois países e o então presidente dos EUA, Jimmy Carter.

Além de resolver, por ora, o impasse entre Israel e Egito, os tratados buscavam implementar as resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a questão palestina — um dos principais pontos de atrito entre os países árabes muçulmanos e o governo israelense.

Os acordos de Camp David não estabeleceram a solução dos dois estados, mas pediram a retirada gradual dos soldados e civis israelenses da Cisjordânia e os trabalhos para a formação de um governo com representação palestina.

Apesar do relativo sucesso em abrir as negociações sobre a questão Israel-Palestina no Oriente Médio, os acordos de Camp David receberam oposição da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que considerou que os tratados não atendiam às reivindicações da retomada do controle dos territórios ocupados por Israel.

Plano Reagan (1982)

Ronald Reagan, ex-presidente dos EUA — Foto: Mike Sargent/AFP Files/AFP

  • Presidente dos EUA: Ronald Reagan (republicano)
  • Antecedente: participação de forças de Israel e da Palestina na Guerra do Líbano
  • Resultado: Israel rejeitou a proposta do presidente norte-americano

A entrada de forças israelenses e palestinas na Guerra do Líbano acirrou os ânimos no Oriente Médio, e o então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, apresentou um plano para tentar diminuir as hostilidades. O chamado Plano Reagan consistia principalmente em uma reafirmação dos acordos de Camp David, mas em outro contexto.

Reagan reforçou o pedido para um período de cinco anos para uma transição na Palestina rumo a um governo gerido por palestinos — sem, no entanto, retirar a soberania de Israel sobre Gaza e Cisjordânia. Ele ainda ofereceu que a Jordânia, país independente vizinho do território israelense, coordenasse uma administração palestina nas áreas ocupadas.

No entanto, o Plano Reagan não prosperou. O governo de Israel rejeitou a proposta por considerar, entre outras razões, que a ideia dos EUA colocaria em risco a indivisibilidade de Jerusalém — assunto que não havia sido abordado em Camp David. Líderes palestinos, do outro lado, sequer apreciaram o projeto, uma vez que o presidente norte-americano não propôs uma solução para um Estado Palestino.

Acordos de Oslo (1993 e 1995)

Bill Clinton, ao centro, assiste ao primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, cumprimentar o presidente da Organização para a Liberação da Palestina, Yasser Arafat, em setembro de 1993 — Foto: Gary Hershorn/Arquivo/Reuters
Bill Clinton, ao centro, assiste ao primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, cumprimentar o presidente da Organização para a Liberação da Palestina, Yasser Arafat, em setembro de 1993 — Foto: Gary Hershorn/Arquivo/Reuters

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