CAIENA – Uma cena chocante e perturbadora foi descoberta durante uma fiscalização de rotina da Polícia Rodoviária Federal no Amapá (PRF), quando dois macacos da espécie rara Jupará foram encontrados mortos dentro de uma mochila camuflada. O incidente ocorreu no município de Oiapoque, a cerca de 590 quilômetros de Macapá. Os animais vieram do Suriname.
Durante a abordagem de um veículo, os policiais perceberam uma mochila com manchas de sangue no porta-malas. Ao abrir a mochila, encontraram os corpos dos dois animais, aparentemente mortos por caça, junto com uma faca.
O condutor do veículo alegou à polícia que não havia caçado os macacos Jupará, mas sim os comprado, planejando prepará-los para consumo próprio e de sua família. No entanto, ele foi indiciado pelos crimes de matar, perseguir, caçar, apanhar e vender espécies da fauna silvestre.
Jean Pantoja, chefe do núcleo de comunicação da PRF, explicou que foi lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) para formalizar a infração, e a prisão do condutor foi decretada. Os corpos dos macacos foram apreendidos e encaminhados ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), sendo posteriormente doados para a aldeia indígena do Manga.
O macaco Jupará é uma espécie rara e pouco conhecida, com hábitos noturnos. Ele desempenha um papel fundamental na dispersão de sementes e é considerado o maior plantador e disseminador das árvores de cacau, contribuindo para a biodiversidade e a regeneração das florestas. No entanto, a principal ameaça para essa espécie é a caça ilegal e a destruição de seu habitat natural.
A caça de animais silvestres é considerada crime contra a fauna, conforme a Lei 9.605 de 1998, com pena de reclusão de seis meses a um ano, além de multa, para quem pratica atividades como matar, perseguir, caçar, apanhar ou utilizar esses animais.