PARAMARIBO – O ex-presidente do Suriname, Desi Bouterse, foi encontrado morto em sua residência na capital Paramaribo na terça-feira, 26 de dezembro, após anos de fuga da justiça. O corpo foi deixado por pessoas não identificadas, em circunstâncias que continuam sendo investigadas pelas autoridades locais. Bouterse, que havia sido condenado por crimes de lesa-humanidade relacionados ao assassinato de oponentes políticos durante seu governo, se escondia em um local secreto desde sua condenação, ocorrida em 2023.
De acordo com a autópsia divulgada no sábado, 30 de dezembro, a causa da morte foi uma complicação de insuficiência hepática decorrente de fibrose hepática grave, uma condição relacionada ao consumo crônico de álcool. O relatório indicou que Bouterse faleceu entre os dias 23 e 24 de dezembro, antes de ser encontrado em sua residência.
O ex-líder, que teve uma vida marcada por uma série de golpes militares e períodos de governo autoritário, estava com 74 anos de idade no momento de sua morte. A autópsia confirmou que a causa natural da morte não envolve violência ou sinais de crime externo, embora a forma como o corpo foi encontrado ainda esteja sendo investigada.
Após sua morte, uma investigação foi iniciada pelas autoridades do Suriname para esclarecer como Bouterse conseguiu permanecer fora da prisão por tantos anos e como seu corpo foi deixado em sua residência, sem qualquer aparente supervisão de autoridades. A polícia também procura entender quem foram as pessoas responsáveis por deixar o cadáver na casa de Bouterse.
Enquanto isso, o governo do Suriname descartou a realização de um funeral de estado para o ex-líder. Em nota oficial, o governo expressou que, apesar da importância histórica de sua figura no país, a posição de Bouterse em relação a crimes de direitos humanos impede qualquer tipo de homenagem formal. Não foi divulgada a data do funeral ou mais detalhes sobre os arranjos fúnebres.