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domingo, 12 janeiro, 2025

“Queremos reforçar parcerias com o Brasil”, diz diretor do Instituto Pasteur da Guiana Francesa

Instituto é uma das referências mundiais

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A pandemia de Covid-19 colocou em evidência um aspecto que nem sempre é conhecido do grande público: a capacidade de interação entre os grandes institutos de pesquisa pelo mundo, que se uniram para combater o novo coronavírus e suas variantes. O Instituto Pasteur, principalmente por meio de sua antena na Guiana Francesa, trabalhou em relação estreita com entidades brasileiras e espera poder intensificar essas parcerias no futuro.

Logo que os primeiros casos de Covid-19 foram detectados na Guiana Francesa, em março de 2020, as autoridades da França entenderam que a questão das fronteiras porosas de seu território ultramarino seria um desafio. Vizinha do Suriname ao oeste e do Brasil ao sul, a Guiana Francesa é rodeada pela Floresta Amazônica e lida com um fluxo de migrantes e de moradores transfronteiriços que transitam livremente tanto pelo rio Oiapoque, do lado brasileiro, como pelo rio Maroni do lado surinamês, tornando difícil qualquer tipo de controle.

Mas se as fronteiras representavam um desafio, elas também criaram a oportunidade de aproximar pesquisadores que atuam na região amazônica, independentemente do país no qual estão baseados. O Instituto Pasteur, que tem uma grande unidade em Caiena, foi um dos pilares dessa colaboração, intensificando parcerias já existentes. “A saúde não deve ser compartimentada e a questão das fronteiras é a que menos nos interessa”, lança o diretor geral do Instituto Pasteur da Guiana Francesa, Christophe Peyrefitte.

“Vimos rapidamente essa interconexão de todas as regiões da zona amazônica, que funciona como um ecossistema integrado. Graças às relações que temos com a FioCruz [no Rio de Janeiro], e a plataforma do Instituto Pasteur em São Paulo, mas também o Instituto Pasteur de Montevidéu e da Guadalupe, constatamos que esses patógenos não viam fronteiras”, resume.

O diretor do Pasteur de Caiena tece elogios às instituições brasileiras, vistas por ele como referência e parceiros indispensáveis não apenas na luta contra a Covid-19, mas também para outros projetos conjuntos. “Para nós foi uma oportunidade fantástica poder pesquisar territórios que não são visíveis, por meio de ferramentas de desenvolvimento aqui no Instituto Pasteur e em colaboração com colegas de institutos de peso, principalmente no Brasil. São instituições que têm um impacto importante no nível mundial e esperamos estabelecer programas de pesquisa com uma visão a longo prazo”, continua Peyrefitte.

“Existe uma vontade de reforçar as parcerias com o Brasil”, insiste o diretor do Instituto Pasteur de Caiena, frisando o desejo de receber pesquisadores brasileiros que poderiam passar um período de estudos na Guiana Francesa. “Aqui temos a chance de integrar jovens pesquisadores que vêm de todo o continente. Essa abordagem diversa e multidisciplinar nos ajuda a compreender as diferentes problemáticas científicas e nos preparar para as próximas epidemias, que certamente surgirão”, finaliza.

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