Morreu em 1º de janeiro no Hospital de Emergência (HE) de Macapá o detento Manoel Moura Ferreira, conhecido como “Manoelzinho”. Ele estava preso desde 2012 aguardando por julgamento pela morte de dois militares das Forças Armadas Francesas e tentativas de homicídio contra outros 22 policiais na Guiana Francesa em ações de combate ao garimpo clandestino na região.
Manoelzinho deu entrada no HE na sexta-feira (31) apresentando sintomas gripais e dificuldade respiratória. A causa da morte não foi informada pelo Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), mas o advogado dele confirmou o óbito como em decorrência da doença. Ainda de acordo com o Sindicato dos Policiais Penais, o preso tinha quadro de tuberculose e recentemente havia contraído Covid-19 no Iapen.
Manoel foi um dos dois presos que morreram por complicações médicas no HE no 1º dia de 2022. Os dois, assim como outros 70, precisaram deixar o presídio e serem levados para o hospital ou Unidades Básicas de Saúde (UBS). O Iapen encara um quadro de surto da gripe.
A preocupação por parte de servidores penitenciários e parentes de apenados é a rápida proliferação da doença dentro da cadeia, que não está acompanhando o protocolo de atendimento aos casos, sobrecarregando os policiais penais por causa dos constantes deslocamentos.
De acordo com as investigações, Manoel Moura Ferreira, o “Manoelzinho”, e Ronaldo Silva Lima, o “Brabo”, mataram Sébastien Pissot e Stéphane Moralia, da Gendarmerie, grupamento que faz parte da Força Nacional Francesa, no dia 27 de junho de 2012.
Os dois policiais franceses foram assassinados a tiros no momento em que desciam de rapel de um helicóptero, em uma área de exploração ilegal de ouro na região de Dorlin, sudoeste da Guiana Francesa.
Quase um mês após a morte dos policiais, os dois suspeitos de cometerem o crime foram capturados pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) em um hotel de Macapá. O MPF ingressou com ação penal contra a dupla em 2015. A denúncia foi resultado de um inquérito do Ministério Público da França, que investigou o caso e enviou os documentos para o Brasil.