Chefe da Casa Civil voltou a defender as isenções fiscais. Segundo ele, crise na Petrobras e previdência geraram rombo no estado.
O secretário de Estado da Casa Civil do Rio de Janeiro, Leonardo Espíndola, voltou a negar que a concessão de incentivos fiscais a empresas privadas tenha contribuído para o agravamento da crise financeira do estado. Em entrevista ao Bom Dia Rio nesta segunda-feira (7), ele reiterou que a crise no setor do petróleo e o problema previdenciário são os principais fatores do rombo nas contas públicas.
Questionado sobre as isenções fiscais concedidas pelo estado, que beneficiou até mesmo termas e joalherias, Leonardo Espíndola negou que elas tenham contribuído com a crise e defendeu que foram importantes para o estado antes da recessão econômica do país.
“Foi fundamental porque ela [política de isenções fiscais] gerou empregos, gerou renda e são empresas que provavelmente não viriam para o Rio se não tivesse uma política. Os incentivos fiscais, tão criticados, e que merecem sim um detalhamento para a sociedade, eles foram fundamentais para atrair empresas que colocam o Brasil dentro da sua plataforma”, disse.
Espíndola defendeu que a crise financeira não é exclusiva do Rio de Janeiro, mas da Federação, ressaltando, porém, que há peculiaridades enfrentadas pelo estado. “33% do PIB provém da atividade do setor de óleo e gás. (…) Além disso, o Rio é responsável por 80% da produção de petróleo e gás do país e, logo, é o maior beneficiário dos royalties e participação especial. A queda no preço do barril do petróleo, que é notória, que saiu de 120 dólares para 50 dólares, atingiu o estado de forma diferente”, afirmou o secretário.
O secretário reiterou, também, que a questão previdenciária é um dos principais desafios do país, e não problema exclusivo do Rio de Janeiro. “É um problema que leva nosso país e o nosso estado para um colapso”.
Dentre as medidas anunciadas na sexta-feira (4) pelo governo, a que envolve o aumento da alíquota previdenciária para servidores ativos e inativos do estado é alvo de maior polêmica e apreensão. A contribuição previdenciária chegará a 30% dos vencimentos de todas as categorias.
A Federação das Associações dos Sindicatos dos Servidores Públicos já estuda entrar na Justiça contra a medida que aumenta a contribuição previdenciária dos servidores para trinta por cento do salário. Os servidores da Polícia Civil também estão se mobilizando.
“Os servidores já estão passando, há um ano, com salários atrasados. Estamos passando com empréstimos. Se vier esse aumento da alíquota, não tem a menor condição do funcionário público se manter. Todas as entidades vão se reunir para levar a Alerj uma carta com as reivindicações porque nós não podemos admitir. É muito imoral todas essas medidas que o poder público quer implantar”, disse a presidente da Associação dos Peritos do Rio de Janeiro, Denise Rivera.
Fonte: G1