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sexta-feira, 10 janeiro, 2025

Pesquisa aponta que guerra comercial afeta 75% das empresas dos EUA na China

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Mais de 40% consideram mudar ou transferir os centros de produção para outro país, segundo levantamento da Câmara de Comércio Americana na China.

Mais de sete em cada dez empresas dos Estados Unidos na China (74,9%) estão sendo afetadas negativamente pela guerra comercial entre os dois países, de acordo com uma pesquisa publicada nesta quarta-feira pela Câmara de Comércio Americana na China.

“O impacto negativo das tarifas é claro e prejudica a competitividade das empresas americanas na China”, aponta o relatório divulgado hoje com as conclusões da pesquisa feita pela Amcham China e pela Amcham Xangai para suas empresas associadas.

A pesquisa foi realizada entre os dias 16 e 20 deste mês e nela participaram 250 empresas. Delas, 61,6% estão relacionadas com a manufatura, 25,5% com serviços, 3,8% com a venda no varejo e distribuição, e 9,6% com outras indústrias.

O impacto foi maior para os fabricantes, com 81,5% afetados pelas tarifas americanas e 85,2% pelas tarifas chinesas.

Com o avanço das negociações com a China, no dia 25 de fevereiro, o presidente dos EUA, Donald Trump, adiou a imposição de tarifas contra produtos chineses no valor de US$ 200 bilhões que entrariam em vigor no dia 2 de março, mas, finalmente no último dia 10, confirmou o aumento tarifário de 10% a 25% para as importações chinesas de mais de 5 mil produtos.

Portanto, a pesquisa foi realizada após a escalada das tensões desencadeadas por Trump, que por sua vez provocou uma reação das autoridades chinesas com novas tarifas.

O impacto dos impostos é sentida através da redução da demanda por produtos (52,1%), os custos de produção mais elevados (42,4%) e preços de venda mais elevados de produtos (38,2%).

Empresa reconsideram investimentos e presença na China

Para lidar com o impacto das tarifas, afirma a pesquisa, as empresas estão adotando medidas como o atraso ou cancelamento de decisões de investimento (33,2%) ou a adoção de uma estratégia “Na China, para a China” (35,3%), que procura estabelecer a fabricação e o fornecimento dentro do país asiático para servir principalmente ao mercado chinês.

“Essa estratégia é uma opção racional para muitas empresas se isolarem dos efeitos das tarifas e manterem sua capacidade de buscar oportunidades no mercado interno”, aponta o relatório.

Apesar de mais da metade dos entrevistados (53,1%) não ter visto nenhum aumento nas medidas de retaliação não-tarifárias pelo governo chinês, aproximadamente um em cada cinco experimentou um aumento nas inspeções (20,1%) e o trabalho de alfândegas mais lento (19,7%).

Também sentiram uma aprovação mais lenta para licenças ou outros pedidos (14,2%), bem como complicações decorrentes de maior supervisão burocrática ou controle regulatório (14,2%).

Por outro lado, 40,7% dos entrevistados estão considerando mudar ou transferir suas instalações de produção para fora da China, com o Sudeste Asiático (24,7%) e México (10,5%) como os principais destinos. Menos de 6% dos entrevistados disseram que têm ou estão planejando mudar a fabricação nos Estados Unidos.

Sobre esta questão, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lu Kang, disse que Pequim “continua comprometido em fornecer um ambiente justo, transparente e indiscriminado para todas as empresas”.

Sobre as possíveis resoluções do conflito, 42,7% dos membros apoiam “um retorno ao status quo”, que “mostra que os membros querem um acordo comercial” entre os dois países.

Fonte: G1

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