Pontífice fez apelo para que prisões sejam locais para reabilitação e reintegração social. Motim em presídio deixou 56 mortos entre domingo e segunda.
Francisco manifestou nesta quarta-feira (4) sua dor e preocupação após as 56 mortes durante uma rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) de Manaus, no Amazonas. A rebelião foi a mais violenta desde o Massacre do Carandiru, em 1992.
“Quero expressar tristeza e preocupação com o que aconteceu. Convido-vos a rezar pelos mortos, pelas suas famílias, por todos os detidos na prisão e por aqueles que trabalham nele”, disse o papa durante uma audiência-geral no Vaticano.
“Eu gostaria de renovar o meu apelo para instituições prisionais sejam locais de reabilitação e reintegração social e que as condições de vida dos detidos sejam dignas de seres humanos”, disse o pontífice. O Papa Francisco já recebeu detidos no Vaticano e, em suas viagens ao exterior, muitas vezes visitou prisões.
Além dos mortos no Compaj, mais quatro presos foram mortos na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), na zona rural de Manaus, elevando para ao menos 60 o números de presos mortos esta semana no Amazonas.
Críticas internacionais
Entidades internacionais também criticaram a omissão das autoridades brasileiras, de acordo com o Bom Dia Brasil. O Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos cobrou uma investigação imediata e independente. A ONU afirma que os detidos estão sob custódia do estado e, por isso, as autoridades têm a responsabilidade sobre o que acontece com elas. A ONU fez um apelo para que os responsáveis respondam judicialmente.
Já Anistia Internacional atribuiu o massacre à negligência das autoridades e à superlotação dos presídios brasileiros. A ONG ainda lembrou que as condições da unidade prisional já tinham sido denunciadas pelo Conselho Nacional de Justiça, mas as medidas necessárias para corrigir o problema não foram tomadas.