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Operação apreende mais de R$ 400 mil e seis armas em quarto de João de Deus

Atualizado há

Médium está preso suspeito de abusar sexualmente de mulheres durante tratamentos espirituais. Segundo Polícia Civil, embaixada dos EUA quer contribuir com investigações. Defesa nega acusações.

Uma operação da Polícia Civil apreendeu mais de R$ 400 mil em moedas nacionais e estrangeiras e seis armas na casa de João Teixeira de Faria, o João de Deus. O material foi achado em diversos locais de quarto dele, entre eles um fundo falso no armário do cômodo, segundo a corporação. O médium está preso suspeito de abusar de mulheres durante tratamento espiritual na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, no Entorno do Distrito Federal. A defesa dele nega as acusações.

Conforme André Fernandes, delegado-geral da Polícia Civil, as notas encontradas no quarto de João de Deus são reais, dólares, euros, libras, dólares canadenses, entre outras moedas estrangeiras. A Polícia Civil disse que não foi possível contabilizar o valor exato porque eram valores quebrados, por isso fizeram uma estimativa.

Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos, na terça-feira (18), na Casa Dom Inácio, onde o médium realizava os atendimentos espirituais, na residência dele, também em Abadiânia, e na Casa da Sopa, na mesma cidade.

Conforme os investigadores foram apreendidas seis armas e diversas munições. Os armamentos, de acordo com a Polícia Civil, estão sem registro, uma delas sem numeração e João de Deus não tem permissão para posse de arma.

André Fernandes esclareceu que o dinheiro, as armas e munições foram encontrados em diferentes locais da casa onde João de Deus mora. Segundo ele, em armários, fundos falsos e outros locais.

“Em uma residência do investigado, foram achadas seis armas, todos o montante em dinheiro, em fundo falso no fundo de um guarda-roupas. Não sabemos o motivo pelo qual ele mantinha o armamento e essa quantia elevada de dinheiro. Ainda nesta semana vamos concluir um dos inquéritos”, explicou.

Segundo Fernandes, nova vítima entrou em contato com a corporação e deve ser ouvida pela Polícia Civil.

“Recebemos outra notícia de crime envolvendo outra vítima. Acreditamos que diante desta negativa do tribunal de uma possível liberação, mais vítimas possam surgir”, contou.

O delegado também informou que a equipe responsável pelas investigações foi procurada pela Embaixada dos Estados Unidos da América (EUA), que disse querer contribuir. Segundo o investigador, eles receberam dados, que não foram divulgados, e têm interesse em saber se americanos foram vítimas do médium.

“Recebemos o contato da Embaixada dos Estados Unidos, em Brasília, que quer nos passar informações que receberam para descobrir se há vítimas norte-americanas. Ainda não fizemos este contato, porque precisamos ir até a capital federal, e isso deverá ser feito ainda esta semana”, disse o delegado.

A Polícia Civil não informou os resultados da perícia feita na Casa Dom Inácio, onde os abusos teriam ocorrido. A corporação disse apenas que colheu as informações que precisava no local, mas não deve divulgar ainda o que foi encontrado para não atrapalhar as investigações. As buscas, de acordo com Fernandes, foram no sentido de achar fluidos corporais, por exemplo, no entanto, não há confirmação do que foi ou não encontrado no local.

A situação atual

  • Ministério Público recebeu mais de 500 relatos de abusos sexuais
  • Das mulheres que denunciaram caso ao MP, 30 já foram ouvidas
  • Polícia Civil colheu depoimentos de outras 15 mulheres. Apenas 1 caso vai virar inquérito
  • Há relatos de supostas vítimas de seis países e vários estados brasileiros
  • Médium é investigado por estupro, estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude
  • João de Deus está preso no Núcleo de Custódia em Aparecida de Goiânia
  • MP e polícia também querem apurar denúncia de lavagem de dinheiro
  • Não há pedido para suspensão do funcionamento da Casa Dom Inácio de Loyola
  • Justiça negou o primeiro pedido de habeas corpus feito pela defesa do médium, que segue preso

Investigação

João de Deus teve a prisão decretada na sexta (14) a pedido da Polícia Civil e do MP-GO, que investigam os relatos de abuso sexual durante atendimento na Casa Dom Inácio de Loyola. No domingo, ele se entregou à polícia em uma estrada de terra em Abadiânia.

O médium prestou depoimento na noite de domingo, durante três horas. João de Deus afirmou à Polícia Civil que, antes de as denúncias de abuso sexual virem à tona, foi ameaçado por um homem, por meio de uma ligação de celular. Além disso, negou os crimes e que tenha movimentado R$ 35 milhões nos últimos dias.

Segundo o advogado Alberto Toron, o pedido de habeas corpus foi protocolado nesta segunda-feira (17). Em entrevista no domingo, ele citou como alternativas possíveis uma prisão domiciliar e o uso de tornozeleira eletrônica. Além disso, negou que tenha havido intenção de fuga.

O jornal têm publicado nos últimos dias relatos de dezenas de mulheres que se sentiram abusadas sexualmente pelo médium. Os casos vieram à tona no programa Conversa com Bial de 7 de dezembro. Não se trata de questionar os métodos de cura de João de Deus ou a fé de milhares de pessoas que o procuram.

Fonte: G1

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