João Paulo Gomes, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, explicou, esta quarta-feira, que a variante Ómicron “é mais transmissível” dado as suas “muitas mutações”, mas é “menos severa” ao nível dos pulmões.
Na reunião do Infarmed, o especialista referiu a nova variante da Covid-19 consegue “multiplicar-se cerca de 70 vezes mais rápido nas vias respiratórias superiores”, sendo, por isso, mais transmissível. No entanto, é “menos severa”, porque “se dissemina 10 vezes mais lentamente nos pulmões”.
“Se o pulmão é menos afetado pela Ómicron, a severidade da doença é menor”, esclareceu. Em Portugal, na semana antes do Natal, Lisboa e Vale do Tejo era a região com uma maior prevalência da Ómicron, com 50% das infeções Covid a pertencerem a esta variante. O Algarve é a região com níveis mais “residuais” da presença da Ómicron.
Contudo, João Paulo Gomes alertou para a circulação de uma linhagem da Delta no Algarve, importada do Reino Unido, e que está associada a “questões de turismo”. Tem uma disseminação “forte” no região, com 40% dos casos Covid entre a semana do Natal e do Ano Novo.
A 4 de janeiro, a Ómicron já representava 90% dos casos de Covid em Portugal, sendo a faixa etária dos 20 aos 29 anos a mais afetada. No mundo, a Ómicron já é dominante em mais de 90 países, sendo que 80% dos genomas sequenciados pertencem à nova variante da Covid-19.