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NA VISÃO DE UM BRASILEIRO: A obscura realidade da busca por ouro no Suriname e o convívio com assaltos e perigos

Esses assaltos frequentemente são acompanhados por agressões graves, resultando em lesões permanentes.

Atualizado há

Não é de forma alguma seguro para os garimpeiros de ouro realizarem seu trabalho no Suriname. Um garimpeiro brasileiro de 47 anos experimentou pessoalmente como assaltantes invadiram repentinamente seu acampamento e fugiram com todo o valioso ouro pelo qual haviam trabalhado arduamente.

Esses assaltos frequentemente são acompanhados por agressões graves, resultando em lesões permanentes. É um enorme risco que os garimpeiros estão dispostos a correr quando trabalham nas remotas minas de ouro do Suriname. Ele está atualmente trabalhando na região de Afobaka, em Grankreek. Esta área é conhecida pelos brasileiros como “punho do macaco”.

Há 40 anos ele vive e trabalha no Suriname e conscientemente escolheu trabalhar nos campos de ouro deste país. Ao contrário do Brasil, onde tal liberdade para trabalhar nos campos de ouro não existe, ele desfruta da liberdade de fazê-lo aqui. Em conversa com LPM News, ele explica que no Brasil há inúmeras restrições e regulamentos em relação ao desmatamento.

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Garimpeiros são severamente punidos lá. Máquinas e equipamentos usados para a extração de ouro são destruídos sem piedade assim que são descobertos. Devido a essas razões, muitos brasileiros optam por buscar sua sorte em outro lugar, dentro do mesmo setor. Eles seguem em direção ao Suriname ou à Guiana Francesa em busca de trabalho.

Criminalidade no garimpo

É uma experiência traumática para os garimpeiros quando se tornam vítimas de assaltos, uma situação que infelizmente é muito comum. Lino Trustfull, um operador de escavadeira de 40 anos, compartilha com LPM que durante suas duas décadas no setor de mineração de ouro, nunca foi alvo de assalto pessoalmente.

No entanto, ele ouviu inúmeras histórias de colegas garimpeiros, especialmente dos garimpeiros brasileiros com quem trabalha diariamente. “É desanimador trabalhar duro pelo seu ouro, apenas para vê-lo ser brutalmente tirado de você”, explica ele. Ele enfatiza que o ouro é de valor inestimável e as pessoas estão dispostas a fazer qualquer coisa para obtê-lo. Os assaltantes são uma combinação de surinameses e brasileiros.

Voltar não é uma opção

Voltar para o Brasil não é uma opção para os garimpeiros brasileiros. “Eu prefiro continuar trabalhando aqui”, declara o garimpeiro brasileiro de 47 anos com convicção. Ele próprio prefere e também aconselha o governo a tomar medidas para atender às necessidades dos garimpeiros brasileiros. Esses garimpeiros contribuem significativamente para a extração de ouro no interior e, consequentemente, para a receita do setor de ouro do país.

No entanto, eles enfrentam desafios consideráveis ​​nos numerosos bloqueios rodoviários e postos de controle quando sua documentação oficial não está em ordem. Eles são confrontados com várias multas que variam constantemente em valor. Um dia pode ser 2.000 SRD, enquanto no dia seguinte é 3.000 SRD.

“São os brasileiros que têm a coragem de trabalhar nas minas de ouro”, enfatiza ele. Há uma necessidade urgente de mudança nesse aspecto, pois eles desejam viver e trabalhar da mesma forma que os outros surinameses, com os documentos de residência corretos e válidos.

Ausência do Governo

Tanto o garimpeiro brasileiro quanto o operador de escavadeira concordam unanimemente que o governo parece praticamente ausente no setor de mineração de ouro. Não há regulação adequada também. Não há supervisão completa das atividades que ocorrem nas concessões de ouro.

Ambos os homens valorizam a liberdade que têm ao realizar seu trabalho, pois trabalham em colaboração com ou sob a orientação de um detentor de concessão de ouro. No entanto, eles se deparam com situações em que árvores são derrubadas sem cuidado algum, sem regulamentação que determine quais árvores podem ou não ser cortadas.

Também chamam a atenção para a falta de regras em relação a locais de mineração quando eles são esgotados. As crateras deixadas para trás e os garimpeiros simplesmente se mudam para outra localização para continuar a extração de ouro. Esse método desordenado de mineração causa danos significativos ao meio ambiente. Embora seja o campo em que o governo deveria desempenhar um papel, seus esforços nesse sentido em grande parte passam despercebidos.

O triste resultado disso é a formação de áreas desmatadas onde antes havia árvores, e até mesmo os animais se afastam ou morrem. Apesar de ambos os homens terem encontrado sustento no setor de mineração de ouro, concordam que a regulamentação é absolutamente necessária.

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