O filho da indiana Rajashree Patil morreu aos 27 anos de câncer no cérebro; diante da dificuldade em lidar com a perda, ela usou o material genético armazenado dele para uma barriga de aluguel e conseguiu ter netos.
Uma professora indiana de 49 anos encontrou uma forma improvável de reviver suas memórias do filho, morto de um câncer de cérebro.
Com a ajuda de uma mãe de aluguel de 35 anos, Rajashree Patil conseguiu usar o esperma armazenado de seu filho para gerar dois bebês gêmeos – seus novos netos, uma menina e um menino.
Ela conta que esse foi o jeito que encontrou de “se manter perto do filho de alguma forma”.
Depois de ter se formado em Engenharia na Sinhgad College of Engineering, na Índia, o filho de Rajashree se mudou para a Alemanha em 2010 para fazer o mestrado.
Em 2013, acabou diagnosticado com um tumor agressivo no cérebro e morreu em 2016. Mas o sêmen dele havia sido armazenado e, depois da morte do rapaz, foi usado em uma barriga de aluguel, dando a possibilidade de Rajashree ser avó.
“Agora eu tenho meu filho de volta”, disse Rajashree Patil à BBC.
“Eu era muito ligada ao meu filho. Ele era um aluno brilhante e estava fazendo mestrado quando foi diagnosticado com um tumor que já estava num estágio avançado no cérebro”, conta a mãe.
Segundo ela, foram os médicos que pediram a Prathamesh que armazenasse o sêmen antes do início da quimioterapia e da radioterapia. Isso porque tratamentos como a radio e a quimioterapia podem provocar infertilidade.
Prathamesh não era casado e deixou a mãe e a irmã, Dnyanashree, como responsáveis pelo esperma, que foi guardado após a morte dele.
O sêmen preservado foi então usado para fertilizar um óvulo de uma doadora anônima. E o embrião foi implantado em uma parente próxima, por fertilização in vitro.
Rajashree conta que se recusou a prolongar o luto e, em vez disso, usou o sêmen do filho para “revivê-lo” em um neto – no caso, vieram dois.
Os gêmeos nasceram em 12 fevereiro e Rajashree deu o nome do filho ao menino e escolheu Preesha (que significa presente de Deus) para a menina.
O médico Supriya Puranik, especialista em fertilização in vitro do hospital Sahyadri, onde foi feito o procedimento, disse que se tratou de uma ação de rotina, mas este caso era único, por se tratar de “uma mãe entristecida que queria recuperar seu filho a qualquer custo”.
“Ela foi extremamente positiva durante toda a gravidez”, disse Puranik.
Fonte: G1