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Mulher em coma há 15 anos ainda não foi procurada em hospital do ES

Atualizado há

‘Clarinha’, como é chamada, foi mostrada em reportagem do Fantástico. Ela foi atropelada no Centro de Vitória e nunca foi procurada por parentes.

Uma mulher, vítima de atropelamento, está internada em coma há 15 anos no Hospital da Polícia Militar (HPM) do Espírito Santo. Clarinha, como é chamada, estava sem documentos no momento em que foi socorrida e nunca foi procurada por parentes, amigos ou conhecidos. Areportagem que conta esta história foi exibida no Fantástico deste domingo (17).

Nesta segunda-feira (18), o G1 esteve em frente ao HPM, mas, segundo o militar que fica na guarita do hospital e a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), a paciente ainda não foi procurada por ninguém.

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Acidente
Clarinha foi atropelada em junho de 2000, no Centro de Vitória. O local e o veículo que atropelou a mulher não são exatos, segundo a polícia. Ela foi socorrida por uma ambulância e chegou ao hospital já desacordada e sem nenhum documento.

Quem trabalha ou mora na região há 15 anos não lembra deste acidente. “Não tenho recordação nenhuma, não. E tem vinte e três anos que trabalho aqui”, disse um senhor.

Socorro
Ao ser socorrida, a vítima foi levada para o Hospital São Lucas, na capital do Espírito Santo, e um ano depois, foi transferida para o Hospital da Polícia Militar, onde está há 15 anos do mesmo jeito que chegou, em coma e sem identificação.

Equipe médica
A paciente está na enfermaria do HPM. Diariamente, ela recebe a visita de médicos e enfermeiros, como acontece com qualquer paciente nessas condições.

O médico tenente-coronel Jorge Potratz é o responsável pela paciente e foi ele quem escolheu o nome para Clarinha.

“A gente tinha que chamar ela de algum nome. O nome não identificada é muito complicado para se falar. Como ela é branquinha, a gente a apelidou de Clarinha”, disse Potratz.

A equipe considera o coma da pacienete elevado. “A gente classifica o coma em uma escala de três a quinze pontos. Quinze é o paciente acordado e lúcido e três é o coma mais profundo. Ela não tem nenhum contato com a gente e por isso a gente considera um coma de sete para oito”, explicou o médico.

Ajuda
O tenente-coronel Potratz cuida de Clarinha desde quando ela chegou ao hospital. É ele que compra, com o dinheiro do próprio bolso, o material de higiene pessoal para a paciente.

“Uma pessoa que está internada necessita de produtos básicos para poder se cuidar e se  manter. Higiene pessoal, de limpeza, fraldas. Esse tipo de material eu sempre estou adquirindo para ajudar essa moça”, disse Potratz.

As demais despesas com a internação são pagas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Cesária
A equipe médica que cuida da paciente tem esperança de encontrar algum parente ou até filho de Clarinha, já que ela tem uma cicatriz na barriga.

“Ela tem uma cicatriz de cesariana. Pode ser que ela tenha um filho que esteja vivo. Isso, realmente, marca muito a possibilidade de alguém da família identificá-la. Eu gostaria muito disso. O meu sentimento por ela é de apego. Como se fosse quase uma filha, porque não tem ninguém por ela”, disse, emocionado, o tenente-coronel.

Simulação
O laboratório de arte da Polícia Civil de São Paulo fez uma simulação usando fotos de como a paciente está atualmente no hospital e de como estaria o rosto de Clarinha sem as fraturas do acidente.

“A gente percebeu que ela tem uma atrofia muito grande do lado direito do corpo. E aí nós fomos criando imagens sobrepostas. Fizemos uma simulação de como ela poderia estar com os olhos abertos, como se ela estivesse vivendo normalmente, não em coma”, explicou o  coordenador do laboratório de arte do DHPP, Sidney Barbosa.

Ministério Público
A história de Clarinha chegou ao Ministério Público do Espírito Santo (MP-ES) que tenta encontrar algum familiar.

“O que o MP pode fazer é, se as pessoas chegarem aqui, fazer o exame de DNA para saber se ela, realmente, é filha desse casal ou dessa família. Temos que achar quem é a Clarinha. Ela não pode ficar indefinidamente naquele hospital”, explicou a promotora Arlinda Monjardim.

Quatro famílias que buscam por parentes desaparecidos já fizeram o teste. O último foi em dezembro de 2015, mas todos os resultados foram negativos.

DNA
As pessoas que tiverem alguma pista da identidade da Clarinha devem procurar o Ministério Público por meio do Promotoria de Justiça localizada no Centro Integrado de Cidadania (Casa do Cidadão) na avenida Maruípe, 2.544, Bloco B, Itararé- ES – Vitória.

As histórias das testemunhas serão ouvidas e caso haja indícios de vínculo familiar com a Clarinha será feito o exame de DNA.  O exame será feito por um laboratório particular em parceria com o MP-ES.

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Fonte: G1

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