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Moradores de SP querem que próximo prefeito se preocupe com saúde, criação de empregos e segurança

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Temas têm forte interface com governos estadual e federal, mas candidatos não podem se eximir de apresentar boas propostas para enfrentá-los.

Uma pesquisa exclusiva que será apresentada logo mais em evento da Escola do Parlamento da Câmara Municipal de São Paulo mostra que os paulistanos esperam que o próximo prefeito melhore, acima de tudo, o atendimento de saúde pública da cidade. Para 43,9% dos entrevistados, a área deveria ser prioridade de quem assumir a prefeitura pelos próximos quinze anos. Em seguida, como reflexo da crise econômica, 41,5% apontam a criação de empregos como prioritária. E, para 35%, cabe ao próximo prefeito dar atenção total ao combate à violência. Cada entrevistado podia escolher mais de uma opção,

Em outra pergunta, boa parte destes temas reaparece. Ao responder qual o principal problema da cidade, saúde mantém a primeira posição, com 53% das menções. Segurança desponta em segundo, com 45%, e educação e emprego quase empatam, com 20,8% e 19,3%, respectivamente. Na questão, foram computadas as respostas que classificaram cada tema como o primeiro ou o segundo principal problema da cidade.

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A série histórica da pesquisa mostra que há tempos saúde preocupa os paulistanos. Dois anos atrás, em março de 2014, ela já estava em primeiro lugar, com 50,3% das menções — e se manteve no topo ao longo de todas as rodadas. A novidade é que transporte público caiu de segundo, à época, para quinto principal problema agora. E violência subiu da segunda à terceira colocação, com um percentual bem maior

O estudo integra o Ciclo de Debates SP 2030, promovido pela Escola do Parlamento da Câmara Municipal de São Paulo, que hoje a partir das 14h30 recebe especialistas para debater os desafios da cidade de São Paulo para os próximos 15 anos em conhecimento e inovação. Foram entrevistadas 2.049 pessoas nas cinco regiões da capital. A margem de erro do estudo é de 2,2% na totalidade da população, com intervalo de confiança de 95%.
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Curioso notar que, embora sejam considerados problemas da cidade, os quatro temas mais citados na pesquisa — saúde, segurança, emprego e educação — têm uma forte interface com o governo do estado e também com o federal.

Nos Estados Unidos, muitos pesquisadores afirmam não haver mais sentido na divisão de poder em três esferas (municipal, estadual e federal) e apontam para necessidade de uma esfera intermediária, a que eles chamam de autoridade metropolitana. Seria comandada por uma figura mais poderosa do que um prefeito e mais focada nos problemas locais do que um governador — e, mais ainda, do que um presidente.

Isso também ajudaria a lidar com outra questão: a falta de autonomia das regiões metropolitanas. Há vezes em que o problema é sentido por um conjunto de prefeitos da mesma região, mas a solução está fora da alçada deles.

Em Nova York, por exemplo, a ideia de cobrar uma taxa dos motoristas que circulavam no horário de pico não deu certo por causa disso. A proposta do então prefeito Michael Bloomberg era cobrar 8 dólares de quem rodasse no centro nos horários de maior congestionamento. Para vigorar, a medida precisava da aprovação do governador do estado, da Assembleia Legislativa local, do Conselho Municipal (espécie de Câmara de Vereadores), do Senado, do Departamento Nacional de Trânsito e ainda por uma comissão de especialistas composta por indicados do executivo e legislativo. Sem falar nos 200 milhões de dólares que teriam de ser financiados pelo governo federal, porque o município não tinha esse dinheiro todo. Resultado: a ideia não saiu do lugar.

Como no nosso caótico cenário político uma mudança dessa magnitude ainda deve levar tempo, o desafio dos candidatos à prefeitura é mostrar como, com o que a cidade dispõe, é possível tornar o atendimento à saúde mais eficiente, reduzir a sensação de insegurança, criar oportunidades de trabalho e melhorar os índices educacionais. É um exercício de criatividade e ousadia, e também a oportunidade de levar o debate eleitoral para a esfera das propostas, em vez de mantê-lo entre ataques rasteiros e retórica vazia.

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Fonte: Veja

 

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