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Menstruação e corrimento anormais denunciam doenças na área íntima feminina

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Conheça os sinais de alerta para recorrer a um ginecologista.

Entender como funciona o nosso corpo é importante não só para o autoconhecimento – se familiarizar com as formas e manifestações fisiológicas ajuda também a identificar quando algo não está correto em nosso organismo. Essa investigação anatômica pode ser muito difícil para mulher, seja pela dificuldade de se enxergar um órgão que é interno, pelo tabu que acerca a vagina ou pelo nojo que a mulher pode ter de secreções, menstruação e outras coisas que são absolutamente naturais. Ao buscar informações e entender sobre a própria região íntima, a mulher consegue não só se aceitar melhor, como também diagnosticar precocemente uma série de doenças. Veja quais:

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Aparência da menstruação

Segundo o ginecologista Cláudio Bonduki, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), cada mulher tem um padrão menstrual, que inclui: variação de intervalo entre um sangramento e outro, intensidade e duração do fluxo. O alarme só apita quando algum fator destoa do padrão que acompanha a mulher desde as primeiras menstruações. Quando uma destas características sai do normal, pode ser sinal de alguma alteração hormonal, orgânica ou, até mesmo, funcional. “Quando as mudanças são notadas em apenas um ciclo não diz muita coisa, pode ser natural”, explica. “O problema começa quando essa mudança na menstruação se mantém com o passar dos ciclos.”

Um fluxo que passa a ser muito intenso ou com maior duração, por exemplo, pode ser indício da presença de um mioma – tumor benigno do tecido que forma a parede do útero. Além disso, o sangue da menstruação deve ser um sangue limpo, ou sangue novo – e ele é muito parecido com o sangue de todo o resto do nosso corpo, como quando cortamos a pele. Ele deve ter um tom vermelho intenso que é uniforme durante todo o ciclo e não apresenta odores. Alterações na coloração da menstruação – como quando ela fica amarronzada ou quase preta – podem estar relacionadas a mudanças importantes no corpo. Segundo os especialistas, essa alteração na cor pode ser um sinal de endometriose, feridas na vagina, útero ou colo do útero, HPV e outras DSTs,cisto de ovário, alterações hormonais por medicamentos, estresse e até mesmo mudança da pílula anticoncepcional. Entretanto, como afirma Cláudio, as mudanças no ciclo decorrentes de problemas como estresse ou pílula tendem a normalizar com o tempo.

Há também aquele sangue coagulado, que aparece em pelotas. Esse sangue também não é dos mais saudáveis, uma vez que o líquido sempre contém anticoagulantes. Isso pode acontecer com mulheres que tem o ciclo muito intenso, e por isso o sangue se acumula no endométrio antes de ser expelido – para esses casos, é comum a mulher menstruar coagulado nos dias de fluxo mais intenso, tendendo a normalizar. Para mulheres que tem o sangue coagulado durante toda a menstruação, há um alerta: pode ser que você esteja expelindo mais sangue do que o normal, configurando também um problema a ser discutido com seu ginecologista.

Quanto ao odor, a menstruação deve apresentar cheiro de sangue normal, um pouco mais intenso do que seria se você cortasse o dedo – já que a quantidade de sangue tende a ser maior. “Menstruação com odor muito forte e desagradável pode ser um sinal de vaginose bacteriana, que é uma infecção por bactérias”, explica o ginecologista. Menstruações abundantes também podem exalar cheiro forte uma vez que o sangue pode ser degradado por bactérias na própria vagina ou no absorvente – e fluxos intensos, que duram mais de seis dias, também devem ser visto como um alerta para algo errado.

calcinha no varal - Foto: Getty Images

Corrimento com cor ou odor

Toda mulher apresenta secreção vaginal – o que muda é a intensidade desse fluxo, que varia de pessoa para pessoa e de acordo com a fase da vida da mulher. “Mulheres que passaram da menopausa e meninas antes da primeira menstruação tendem a ter menor fluxo de corrimento por conta dos menores níveis do hormônio estrogênio no organismo”, afirma a ginecologista Arícia Helena Galvão Giribela, da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP). Durante a gestação, perto da ovulação, uma semana antes do período menstrual ou ainda com o uso de pílulas anticoncepcionais, excitação sexual, adesivos ou anel vagina, a tendência é que a secreção se torne mais perceptível. Além disso, toda a secreção vaginal tem um cheiro característico e individual. “O que diferencia uma secreção normal de uma problemática é o fato de ela incomodar ou não a mulher, seja pelo odor, por coceiras ou outros sintomas”, explica. Mesmo que não seja agradável, seu odor não pode gerar desconforto. Quanto ao tom da secreção saudável, saiba eu ele pode mudar durante o ciclo menstrual. Na maior parte do tempo ela é transparente ou ligeiramente esbranquiçada, mas, no meio do ciclo menstrual, costuma ter aspecto de clara de ovo. Também é possível que ela apareça ligeiramente amarelada na calcinha por conta de reações químicas que a secreção sofre quando entra em contato com o ambiente externo.

O corrimento vaginal que não é saudável provoca uma espécie de mancha branco-acinzentada ou amarelo-esverdeada na calcinha e, além do cheiro forte, do ardor e da coceira, pode estar associado a uma dor na região pélvica. E as causas dessa inflamação podem ser diversas. “Muitas vezes o corrimento aparece por conta de uma reação alérgica a algum produto usado no banho ou para lavar a roupa íntima, mas também pode ser sintoma de infecções provocadas por bactérias, fungos ou até mesmo vírus”, afirma Arícia. Uma das doenças mais comuns associadas ao corrimento vaginal é a candidíase. Para evitar o corrimento acarretado por irritações ou infecções, prefira calcinhas de algodão a tecidos sintéticos, permitindo a entrada de ar que é tão necessária para a saúde vaginal. “Dormir sem calcinha também permite que a região íntima ‘respire’, evitando a umidade e, consequentemente, a proliferação de fungos e bactérias”, explica a especialista. Optar por sabonete líquido apropriado para higiene íntima, com pH abaixo de 6, é outra maneira de ajudar bastante.

mulher abrindo a calça jeans - Foto: Getty Images

Coceira vaginal

A coceira vaginal nunca é normal. Segundo os especialistas, esse sintoma pode indicar desde uma alergia até DSTs. “Processos irritativos por algum produto externo, parasitoses, infecção por HPV, candidíase, alergias e doenças como psoríase, dermatites e até câncer tem como sintoma comum a coceira vaginal”, explica o ginecologista Fabio Laginha, responsável pela Clínica da Mulher do Hospital 9 de Julho, em São Paulo. Sintomas relacionados à coceira, como secreção de coloração e odor estranho, dor ao urinar, vermelhidão, inchaço e dor no ato sexual indicam que o problema é mais grave do que uma simples irritação e merece a atenção de um especialista. Já para o caso de alergia na pele, a solução pode ser encontrada mudando hábitos, como lavar as mãos antes e depois de ir ao banheiro e manter a higiene da área íntima adequada, usar calcinhas de algodão, evitar absorvente diários e utilizar um sabonete com pH neutro.

mulher no ginecologista - Foto: Getty Images

Feridas ou verrugas

Lesões na área externa ou interna da vagina podem indicar uma série de problemas, conforme a extensão da ferida, profundidade, local e possível causa. Elas podem ser dolorosas, coçar, produzir corrimento ou não provocar nenhum sintoma – e em todos os casos é motivo para preocupação. Isso porque essas aparições estão frequentemente associadas a DSTs, como herpes genital, sífilis e granuloma inguinal. Já a presença de pequenas verrugas na região íntima é um sinal de alerta ainda maior. As verrugas podem aparecer na forma de manchas brancas, vermelhas ou marrons na vulva e podem provocar coceira. O problema que está mais comumente associado às verrugas genitais é o HPV, que pode evoluir para um câncer de colo de útero. Dessa forma, é importante prestar atenção na sua vagina e notificar a um especialista a presença de qualquer alteração.

mulher com cara de vergonha - Foto: Getty Images

Flatulência vaginal

Normal durante a relação sexual, a flatulência vaginal acontece quando o ar que eventualmente entrou na vagina é expelido – e o som emitido é o mesmo de uma flatulência regular. “Durante a penetração pode sobrar espaço entre a parede e o pênis, fazendo com que o ar entre na cavidade, e durante as microcontrações que acontecem na musculatura durante o ato ele é expulso, causando ruídos”, explica a ginecologista Flávia Fairbanks, da Associação de Ginecologista e Obstetrícia do Estado de São Paulo (SOGESP). No entanto, a flatulência vaginal também pode acontecer como consequência da flacidez vaginal – e nesses casos, a flatulência pode acontecer até mesmo no dia a dia, enquanto a mulher caminha ou senta, por exemplo. Isso é um sinal de que a musculatura da vagina precisa ser exercitada. “Atividades de fortalecimento do períneo são indicados para todas as mulheres, mas principalmente em idade avançada e após um parto via vaginal”, explica Flávia.

mulher no banheiro - Foto: Getty Images

Urgência para urinar acompanhada de dor

Cerca de 50% das mulheres adultas já sofreram esses sintomas. Ardência e dor na hora de urinar, combinado com uma urgência frequente para ir ao banheiro, são sinais clássicos de infeção urinária. A infecção urinária acontece quando bactérias entram pela uretra e chegam até a bexiga, se instalando lá. Embora não seja uma doença exclusivamente feminina, afeta muito mais esse público. “Isso acontece por razões anatômicas, já que a uretra feminina é mais curta que a do homem, facilitando a ascensão de bactérias até a bexiga”, explica a ginecologista Maria Rita de Souza Mesquita, diretora da Associação de Obstetrícia e Ginecologia de São Paulo. A infecção urinária pode ser prevenida adotando hábitos que evitem o contato da vagina com corpos estranhos ao órgão. Entre os cuidados estão usar camisinha, não adiar a ida ao banheiro, urinar após a relação sexual, beber muita água e fazer a limpeza da vagina corretamente após usar o banheiro – de frente para trás.

casal brigando na cama - Foto: Getty Images

Durante o sexo

Por ser um órgão interno, a vagina está mais suscetível a infecções e doenças que não são perceptíveis em um primeiro momento – mas podem, durante o sexo, dar sinais de problema. A dor é um dos problemas vaginais mais recorrentes relacionados ao ato sexual. Também chamada de dispareunia, a dor sentida durante o sexo pode ter um fundo físico e químico ou psicológico – e, para todos os efeitos, não é algo normal na relação. “Entre as causas orgânicas podemos destacar infecções tanto dentro quanto fora do útero, bem como mioma ou endometriose”, explica o ginecologista Fábio Rosito, do laboratório SalomãoZoppi Diagnósticos. Sangramentos durante o ato sexual, quando não estão relacionados à menstruação, podem denunciar fissuras decorrentes do atrito do pênis com a vagina ou então feridas mais profundas. Infecções bacterianas também podem provocar a inflamação no colo do útero. “A endometriose e o câncer estão entre as causas mais graves de sangramento, por isso é essencial não esperar muito tempo para procurar o ginecologista”, reforça Fabio. Outros distúrbios recorrentes são a falta ou o excesso de lubrificação vaginal – só que nesses casos não existe uma cura definitiva, e a mulher deve procurar soluções individuais com o ginecologista.

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Fonte: Minha Vida

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