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Maçãs produzidas na Europa têm alto nível de pesticidas, aponta relatório

Atualizado há

Greenpeace analisou frutas provenientes de 12 países europeus. Pesticidas mais encontrados foram o fungicida boscalida e o DDT.

Coquetéis de pesticidas continuam sendo utilizados pelos produtores de maçãs de vários países europeus, em especial pelos agricultores que abastecem os grandes mercados atacadistas – afirmou nesta terça-feira (16) o Greenpeace em relatório.

A ONG analisou 85 amostras – 36 de água, 49 do solo – recolhidas nos pomares de 12 países europeus entre os maiores produtores de maçã, tendo como alvo aqueles que abastecem o varejo. Em média, 75% das amostras (78% para o solo, 72% para a água) “continha resíduos de pelo menos um” dos 53 pesticidas identificados.

“Pelo menos 70% dos pesticidas identificados apresentam uma toxicidade global aumentada para a saúde humana e a fauna selvagem”, afirma o Greenpeace, denunciando um “peso tóxico” imposto pela “produção em escala industrial”.

O número de pesticidas mais alto foi detectado nos solos de Itália, Bélgica e França. Na água, os países mais comprometidos foram Polônia, Eslováquia e Itália, segundo o relatório.

Os pesticidas encontrados com maior frequência no solo são o boscalida, “um fungicida presente em 38% das amostras”, e o DDT (26% das amostras).

Em relação à amostra de água, os pesticidas mais frequentemente identificadas são boscalida (em 40% das amostras) e clorantraniliprol, inseticida também encontrado em 40% das amostras.

Fim ao uso
O relatório denuncia o “coquetel de pesticidas” e “mostra a realidade do uso extensivo, sistemático e ‘multipropósito’ de pesticidas na produção agrícola convencional”, declarou à AFP Anaïs Fourest, encarregada do setor de agricultura no Greenpeace.

O Greenpeace pede aos estados-membro da União Europeia que “ponham progressivamente fim ao uso dos pesticidas químicos de síntese na agricultura” e sustentem “alternativas não-químicas para lutar contra os parasitas, em particular práticas agrícolas ecológicas”.

A publicação deste relatório visa “interpelar os mercados atacadistas”, como a campanha “pesticida zero” recentemente lançada pela ONG na França para tentar convencer as seis principais redes de distribuição francesas (Auchan, Carrefour, Casino, Leclerc, Intermarché, Magasins U) a apoiar os agricultores que se comprometem a produzir sem pesticidas.

Resíduos de pesticidas estão presentes em quase metade dos alimentos consumidos na Europa, mas a maioria dentro dos limites legais e provavelmente sem nenhum efeito sobre a saúde, garantiu em março a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos. As maçãs estão entre as frutas com maior presença de resíduos.

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Fonte: G1

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