País anunciou ataques aéreos depois de prometer responder à morte brutal de Moaz Kasasbeh, queimado vivo em uma jaula pelo grupo terrorista.
A Jordânia anunciou nesta quinta-feira ter bombardeado posições do Estado Islâmico, dias depois de prometido uma resposta à execução do piloto Moaz Kasasbeh, queimado vivo pelos jihadistas. O país não especificou a área que foi alvo dos ataques, mas uma fonte de segurança afirmou à agência de notícias Reuters que a ação foi realizada na Síria.
Depois dos ataques, os aviões sobrevoaram a vila de Karak, a 120 quilômetros da capital jordaniana Amã, onde o piloto morava. O rei jordaniano Abdullah II visitou familiares de Kasasbeh na região. Ele prometeu intensificar a ação contra o EI – a Jordânia integra a coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos para tentar conter o avanço terrorista no Iraque e na Síria.
Kasasbeh foi capturado pelos jihadistas depois que o avião que pilotava caiu na cidade síria de Raqqa, tida como sede do território dominado pelo Estado Islâmico no norte do país. A sudoeste, perto da capital Damasco, os combates prosseguem e nesta quinta-feira e quase sessenta pessoas morreram nos bombardeios do regime de Bashar Assad contra zonas rebeldes, em represálias pelo lançamento de obuses dos insurgentes em direção à capital.
Contra-ataque – Em editorial publicado nesta quinta, o jornal oficial jordaniano Al Rai afirmou que a Jordânia “levará adiante uma guerra até a morte para proteger nossos princípios e nossos valores”. O texto diz ainda que o país seguirá “em busca deste grupo de criminosos”.
Depois de ter se reunido na quarta-feira com militares de alto escalão, o rei Abdullah disse que “o sangue do mártir Moaz Kasasbeh não terá sido derramado em vão, e a resposta da Jordânia e de seu exército será severa”.
As autoridades jordanianas não forneceram detalhes sobre o tipo de resposta, mas afirmaram que estão trabalhando com seus aliados da coalizão antijihadista. “Os países dentro e fora da coalizão têm de agir para destruir este grupo de terroristas desumanos”, disse o pai do piloto, Safi Kasasbeh.
Segundo analistas, a atrocidade da execução do piloto, que foi queimado vivo dentro de uma jaula, levou todos os jordanianos a apoiar uma reação do governo, razão pela qual a Jordânia poderia inclusive cogitar uma intervenção terrestre.
No vídeo com a execução do piloto, divulgado na terça-feira, o EI também fornece os endereços de outros pilotos jordanianos da coalizão e promete uma recompensa de 100 moedas de ouro a quem os matar.
Al Qaeda – Também nesta quinta-feira, a Jordânia libertou um importante clérigo jihadista, Abu Mohammed al-Maqdesi, que havia sido preso em outubro do ano passado por incitar ações contra o regime. Ele havia falado contra a participação do país na coalizão internacional que combate o Estado Islâmico.
Não houve anúncio oficial sobre o motivo da liberação, mas uma fonte da área de segurança disse à agência Reuters que as autoridades esperam que ele condene a execução do piloto Moaz Kasasbeh como uma ação contra “os valores da fé”. No ano passado, ele criticou o grupo terrorista por atacar muçulmanos.
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Fonte: Veja