DA REDAÇÃO – O governo da Guiana anunciou que está intensificando o monitoramento de sua fronteira com a Venezuela, após a posse contestada de Nicolás Maduro em 10 de janeiro. Segundo o ministro do Interior, Robeson Benn, o país se prepara para uma possível nova onda de migração vinda da Venezuela: “Teremos outra avalanche de migrantes em circunstâncias desesperadoras provenientes da Venezuela”, afirmou.
Atualmente, a Guiana abriga mais de 30 mil refugiados venezuelanos, que fugiram do regime chavista. As autoridades guianenses acreditam que esse número pode crescer nas próximas semanas, em função da crise política e social que atinge o país vizinho.
A crise migratória venezuelana tem sido um dos maiores desafios na América Latina. Desde o início da década de 2010, quase oito milhões de pessoas deixaram a Venezuela. A Colômbia, principal destino dos migrantes, abriga cerca de três milhões de refugiados, incluindo políticos exilados, jornalistas e defensores de direitos humanos que escaparam da repressão do regime de Maduro.
Em 10 de janeiro, no contexto de protestos internacionais contra sua posse, Maduro determinou o fechamento da fronteira com a Colômbia por 72 horas para “garantir a segurança” do evento de sua posse em Caracas. O líder opositor exilado Edmundo González, que vive na Colômbia, declarou que continuará a lutar pela “recuperação da democracia venezuelana”, embora seus próximos passos ainda sejam incertos.
Fronteira com o Brasil
A relação com o Brasil também sofreu tensões. Na semana passada, o Itamaraty anunciou que o regime venezuelano havia fechado a fronteira com o Brasil até o dia 13 de janeiro. Em nota, o governo brasileiro informou que, em caso de emergência, os cidadãos brasileiros poderiam buscar assistência consular através da Embaixada do Brasil em Caracas ou do Vice-Consulado em Santa Elena de Uairén.
Apesar do fechamento temporário, a fronteira foi reaberta pela ditadura de Maduro na terça-feira, 14, permitindo o restabelecimento das relações entre os dois países, ainda que em um cenário de incertezas políticas e humanitárias.