Segundo a Unicef, esse número mostra que uma criança morreu a cada hora desde que começou deste ano no país.
“A situação continua provocando uma enorme preocupação da perspectiva das crianças”, disse Cappelaere, ao depositar as esperanças na resolução tomada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, que defendeu a aplicação de uma pausa humanitária de pelo menos 30 dias.
Cappelaere também anunciou que desde a aprovação de tal resolução no sábado passado, o Unicef tem um comboio preparado para entrar em Duma, dentro da região de Ghouta Oriental, onde residem cerca de 200 mil crianças, segundo a organização.
Cappelaere disse que o Unicef tem autorização para acessar a região no próximo domingo e que sua carga permitirá atender 70 mil crianças com comida e provisões médicas.
“Não incluímos o fornecimento de provisões educativas, já que saúde e alimentação são as necessidades mais imediatas e tínhamos que priorizá-las”, esclareceu.
O especialista disse estar ciente que em outras ocasiões algumas provisões foram retiradas dos comboios, sobretudo remédios, mas se mostrou esperançoso que algo similar não ocorrerá desta vez já que o Unicef não foi tão afetado como outras agências por estes boicotes.
Além disso destacou que os níveis de desnutrição em Ghouta Oriental são “alarmantes” e que “milhares de crianças poderiam morrer”, por isso que os comboios fornecerão alimentos “que permitirão estabilizar a situação”.
“A desnutrição aguda não é uma ameaça para a vida de uma criança, mas pode ser caso as crianças tenham outros problemas de saúde”, disse Cappeleare, ao acrescentar que “a má alimentação as debilita de tal forma como um resfriado pode ser letal”.
Além disso, Cappelaere lembrou que cerca de cem crianças necessitam ser evacuadas da região, algumas há muito tempo, seja por problemas de desnutrição, ferimentos ou outras doenças que não podem ser tratadas com os recursos disponíveis dentro da província.
“Muitas crianças podem ficar marcadas para o resto da vida, não porque as suas doenças não tenham solução, mas porque não têm acesso a ela”, afirmou, ao detalhar que 2,5 milhões de crianças fugiram do país por causa do conflito, a maioria delas refugiadas nos países vizinhos, e 85% vive em situação de pobreza.
Fonte: G1