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Foto de criança segurando cabeça decapitada ‘vira o estômago’, diz Kerry

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Imagem “é uma das mais perturbadoras e grotescas”, diz secretário de Estado americano.

O secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou nesta terça-feira que a foto de uma criança segurando a cabeça de um soldado sírio que havia sido decapitado “é uma das mais perturbadoras e grotescas” já apresentadas. A imagem foi publicada no Twitter no perfil do pai, Khaled Sharrouf, um terrorista australiano que fugiu do país para juntar-se ao Estado Islâmico, grupo que está impondo um cotidiano de horror no Iraque e na Síria. Kerry lamentou que a cena “de embrulhar o estômago” tenha contado com o apoio e o incentivo do pai.

“Esta criança deveria estar na escola, aprendendo sobre o futuro e brincando com outras crianças, e não segurando uma cabeça decepada em um campo de batalha”, disse Kerry, em entrevista coletiva concedida durante visita oficial à Austrália. Ao seu lado, a ministra de Relações Exteriores da Austrália, Julie Bishop, considerou a foto “chocante”.

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Kerry afirmou que a imagem ilustra o grau de selvageria dos jihadistas. “Isso é uma desgraça absoluta”, disse o secretário, acrescentando que o EI superou em barbárie até mesmo grupos terroristas como a Al Qaeda. “É por isso que eles representam a ameaça que representam”. Na última sexta-feira, os Estados Unidos voltaram a realizar ataques aéreos no Iraque, os primeiros desde a retirada das tropas do país, em 2011, para conter o avanço do Estado Islâmico.

Terrorista – Nascido em 1981, na Austrália, filho de libaneses, Sharrouf teve várias passagens pela polícia durante a adolescência por comportamento violento e posse de drogas. Ele trabalhou no setor de construção por um período e também recebeu pensão por incapacidade até ser preso em novembro de 2005 sob acusações de terrorismo. Confessou guardar baterias e relógios para montar uma bomba que seria usada num atentado, mas seu julgamento foi adiado depois que um especialista apontou que ele sofria de esquizofrenia. Submetido a tratamento, foi considerado um preso com “recuperação notável”. Em 2009, foi condenado a cinco anos e três meses de prisão, mas, como já havia cumprido praticamente toda a pena enquanto esperava o julgamento, foi liberado pelas autoridades apenas três semanas depois do veredito.

A liberação de Sharrouf foi citada na visita de Kerry à Austrália. A chanceler Julie alertou para as consequências drásticas que a absolvição de terroristas pode trazer para a população civil. “Sabemos que um dos cidadãos australianos envolvidos nessas atividades no Oriente Médio foi, de fato, condenado por atos terroristas na Austrália. Ele cumpriu a pena e deixou o país com uma identidade falsa. Também sabemos que um número significativo de pessoas envolvidas com terrorismo serão liberados na Indonésia. Será que eles deixaram de ser radicais na cadeia? No caso do cidadão australiano, fica claro que isso não ocorreu”, afirmou a ministra.

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Fonte: Veja

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