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Foragidos, brasileiros suspeitos de matarem policial francês são presos na Guiana

Todos estavam na lista da Interpol

Atualizado há

Os brasileiros Romário Araújo Almeida e João Batista da Cunha, suspeitos de integrarem uma milícia que atuava nos garimpos de ouro da Guiana Francesa, foram presos pelas autoridades do país europeu nesta terça-feira. Eles e outros três brasileiros são apontados como responsáveis pela morte do policial de elite francês Arnaud Blanc, baleado em uma operação de combate ao garimpo ilegal no final de março.

Por conta do crime, Romário Almeida e João Batista, conhecido como Irmão Bomba, foram colocados na lista de procurados da Interpol, juntos a outros suspeitos de integrarem a mesma organização: Juliano Arruda dos Santos e Diego Diniz, que ainda não foram localizados. Um quinto brasileiro, Leonardo da Silva Conceição, foi detido pelas autoridades francesas no dia 9, após se entregar.

Romário Almeida se rendeu às autoridades francesas na mesma região em que Leonardo Conceição, o garimpo de Cipoal, na região de Dorlin, rica em ouro. O momento foi gravado em vídeo e imagens circulam pelas redes sociais. Segundo o delegado Charles Corrêa, da Polícia Civil do Amapá, a quadrilha atuava como uma milícia cobrando taxas de garimpeiros ilegais, na sua maioria também brasileiros.

“São grupos que cobram taxas e roubam os garimpeiros, impondo terror e trazendo drogas para a região”, explica o delegado, que acompanha o caso e auxilia as autoridades francesas nas buscas pelos foragidos.

Pai de dois filhos, Blanc era membro da GIGN, um grupo considerado de elite dentro das forças policais francesas, especializado em operações de alto risco. Ele se deslocou com outros nove colegas de helicóptero para uma ação na região da jazida de Dorlin, onde havia sido localizado um garimpo ilegal, nas proximidades do município de Maripasoula, no centro do território francês.

Após dois dias de caminhada, na noite de sexta-feira, o grupo de Blanc motou acampamento há cerca de um quilômetro de distância do alvo. Na madrugada do dia seguinte, começaram a operação para desmantelar o garimpo.

Polícia francês Arnaud Blanc foi morto durante operação contra o garimpo ilegal na Guiana-Francesa, em março. No local, o grupo foi alvo de tiros dos garimpeiros. Os franceses revidaram, mas Arnaud Blanc acabou baleado duas vezes. Os colegas tentaram retirá-lo do local de helicóptero, mas não chegaram a um hospital a tempo.

Desde a morte de Blanc, mas de 500 policiais foram acionados para investigar e encontrar os envolvidos em sua morte. O garimpo onde a troca de tiros ocorreu foi tomado no mesmo dia pelas autoridades francesas, mas os criminosos já haviam deixado a área.

“É com pesar no coração que a nação se curva diante dessa magnífica vida interrompida após 35 anos, quando o amanhecer mal empalidecia os céus da Guiana”, disse o presidente francês Emmanuel Macron, ao prestar suas homenagens a Blanc — Seu objetivo era desmantelar um desses campos ilegais de extração de ouro, onde não apenas o ouro é contrabandeado, mas também drogas, remédios, armas e até humanos.

 

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