Parentes relatam que dono de uma agência de viagens e pastor evangélico foi espancado por grupo após divergências em relação a um pacote turístico. Ele conseguiu fugir, mas acabou detido.
O empresário Paulo Fernando Muniz de Oliveira, dono de uma agência de viagens em São Paulo, foi sequestrado e depois preso na Argentina após problemas com um grupo que havia comprado um pacote turístico para Israel.
Os fatos são relatados pela família do empresário, que está na capital paulista e luta para que ele seja libertado após um mês de cárcere na cidade de Corrientes, no norte argentino.
Paulo Fernando tem 39 anos e é dono de uma agência na Barra Funda, Zona Oeste, com sua mulher, Mariana Oliveira. Ambos atuam como pastores evangélicos na Zona Sul de São Paulo e promovem viagens para grupos interessados em destinos ligados a religião, como Roma e Israel.
O empresário viajou para a Argentina no dia 28 de agosto para negociar com um grupo de 22 pessoas de uma igreja argentina que havia comprado um pacote turístico. Segundo Mariana, houve problemas no agendamento após o grupo se desmembrar e viajar de forma separada, e Paulo Fernando foi até o país vizinho para acertar com o grupo a alteração ou cancelamento do pacote. No entanto, ele foi recebido com violência.
Mariana conta que o marido foi mantido refém por três dias. No período, apanhou com pedaços de madeira, levou cusparadas, xingamentos e foi algemado. Os sequestradores também ficaram com seus dois celulares, notebook roupas e passaporte, segundo a mulher. Além disso, faziam ligações pedindo dinheiro.
Mariana Oliveira conta que, na madrugada do dia 1º de setembro, os sequestradores o levaram para o lado de fora da casa para colocá-lo dentro de um carro. Paulo Fernando acreditou que seria morto naquela noite e decidiu aproveitar o fato de estar na rua para fugir.
Ele conseguiu correr até um grupo que estava em uma rua próxima e que, vendo a situação, chamou a polícia. Ao chegar na delegacia, porém, Paulo Fernando teria que esperar a chegada de uma tradutora pela manhã para fazer seu relato. Enquanto isso, o grupo de clientes que havia sequestrado Paulo chegou ao local primeiro e o acusou de fraude em razão dos problemas com o pacote de viagens, o que teria causado sua prisão.
A família contratou um advogado na cidade, mas a polícia não o libere por ele não ter residência na Argentina, segundo a mulher.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o Consulado do Brasil em Paso de Los Libres, na província de Corrientes, acompanha o caso desde que tomou conhecimento de sua detenção. “O Consulado está em contato com sua esposa e com as autoridades argentinas de forma a prestar todo o apoio consular ao brasileiro”, afirmou.
O ministério não detalhou quais medidas estão sendo tomadas. A cidade de Paso de Los Libres fica na fronteira com Rio Grande do Sul, a 362 km de Corrientes.
“A situação é de desespero e há mais de um mês não temos paz. A mãe dele está no hospital. Consigo falar com o Paulo por poucos minutos quando o advogado visita. Não sabemos a quem recorrer e ele está desanimando”, afirma Mariana.
O G1 tentou contato com o governo da província de Corrientes para entender o procedimento da polícia local no caso e os motivos que mantêm o empresário detido. Até a publicação desta reportagem, o governo local não havia se manifestado.
Fonte: G1