Acordo de cessar-fogo entrou em vigor na última segunda-feira. Grupo de monitoramento da guerra não registrou mortes.
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e seu colega russo, Sergei Lavrov, concordaram nesta quarta-feira (14) que o acordo de cessar-fogo na Síria, que entrou em vigor nesta segunda-feira, está funcionando e vão estendê-lo por 48 horas para permitir maior acesso da ajuda humanitária.
“Houve um acordo que, como um todo, apesar dos relatos esporádicos de violência, está funcionando, e a violência está significativamente menor em comparação com os dias e semanas anteriores”, disse o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Mark Toner, a jornalistas.
“Como parte das negociações, eles discutiram e concordaram em estender a interrupção (das hostilidades) por mais 48 horas”, acrescentou.
O exército sírio anunciou na segunda a suspensão de suas operações militares até a meia-noite do próximo domingo.
A trégua em vigor na Síria, mediada porEstados Unidos e Rússia, é a segunda tentativa de se encerrar uma guerra civil que já dura cinco anos. Uma trégua anunciada em fevereiro entre os inimigos da Guerra Fria entrou em colapso e diálogos de paz ruíram, com o governo sírio e a oposição fazendo acusações mútuas de violações.
A Rússia é uma importante apoiadora do presidente sírio, Bashar al-Assad, enquanto os Estados Unidos apoiam alguns grupos rebeldes que buscam derrubar Assad do poder. Mas tanto a Rússia quanto os EUA têm um alvo em comum: os extremistas do Estado Islâmico.
O acordo entre russos e americanos pode “ser a última oportunidade de salvar” a Síria, declarou o secretário de Estado, John Kerry, algumas horas após o início da trégua.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos informou nesta quarta-feira que não registrou mortes de civis ou combatentes resultantes de conflitos durante as primeiras 48 horas do cessar-fogo.
Separar terroristas
Sete dias após o início do cessar-fogo, Rússia e EUA irão estabelecer um grupo que coordenará uma ação conjunta para combater o Estado Islâmico e a Frente Al-Nusra. Para isso, EUA e Rússia pedem que os grupos de oposição que querem a saída de Assad se distanciem destes grupos extremistas.
Os dois países disseram que vão agir para separar os grupos terroristas de oposicionistas moderados ao governo de Assad. Depois, iniciarão ataques aéreos aos terroristas. Serão determinadas áreas onde apenas as forças aéreas russa e americana poderão agir, explicou Lavrov. A Força Aérea síria vai agir em outras áreas.
A ação inclui acessar todas as áreas cercadas, incluindo Aleppo. Ex-capital econômica do país, Aleppo é um dos bastiões da rebelião para derrubar o presidente Bashar al-Assad, cujas forças têm o apoio terrestre de milícias xiitas de países vizinhos e o apoio aéreo da Rússia.
Fonte: G1
