Alta da moeda americana é conduzida por mau humor do mercado, um dia após a S&P retirar o selo de bom pagador do Brasil.
O dólar disparava mais de 2%, chegando a superar 3,90 reais no início dos negócios desta quinta-feira, aproximando-se das máximas históricas, após a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) retirar o selo de bom pagador do Brasil na noite anterior e atribuir perspectiva negativa para a nota de crédito do país. Às 9h30, o dólar avançava 2,68%, a 3,9015 reais na venda, maior nível desde outubro de 2002. O avanço desacelerou após o BC anunciar leilão de venda de até 1,5 bilhão de dólares com compromisso de recompra. Com isso, às 12h, a moeda subia 1,87%, a 3,8706 reais.
A valorização desta quinta reverte o movimento nos dois dias anteriores. Na quarta, a moeda caiu 0,51%, para 3,7994 reais na venda, após recuar 1,07% na terça-feira.
“O dólar perto de 4 reais está precificando tudo que está acontecendo”, resumiu o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho. Ele acrescenta que novos problemas na política e na economia no Brasil, bem como altas da moeda americana nos mercados externos, devem elevar ainda mais as cotações.
Na noite desta quarta-feira, a S&P rebaixou o Brasil para “BB+”, contra “BBB-“, dez dias após o governo prever inédito déficit primário em 2016. Além de remover o grau de investimento, a S&P sinalizou que pode colocar o país ainda mais para dentro do território especulativo, ao manter a perspectiva negativa para a nota de crédito brasileira, o que significa que novo rebaixamento pode ocorrer no curto prazo.
Pela manhã, o Banco Central dará continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em outubro, com oferta de até 9.450 contratos, equivalentes a venda futura de dólares.
Bovespa e juros – A Bovespa registrava perdas de mais de 2% nos primeiros negócios desta quinta-feira. Às 12h05, o Ibovespa, principal índice, caía 1,15%, a 46.119 pontos. Já as taxas dos contratos de juros futuros disparavam nesta quinta-feira. Pouco depois das 9h, a taxa do contrato para janeiro de 2018 subia 0,44 ponto percentual, para 15,28%.
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Fonte: Veja