O dólar fechou em alta em relação ao real nesta quarta-feira (14) pelo segundo dia seguido, no patamar de R$ 3,34, influenciado pela desvalorização do preço do barril do petróleo e continuidade das preocupações com os encontros do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) e do banco central do Japão na próxima semana, bem como com as eleições presidenciais norte-americanas.
A moeda norte-americana avançou 0,79%, terminando o dia cotada a R$ 3,343 na venda, renovando maior cotação de fechamento desde 7 de julho (R$ 3,3659). Veja a cotação do dólar hoje.
No mês, a moeda norte-americana subiu em quase todas as sessões até agora, marcando apenas duas quedas, e acumula valorização de 3,52% em setembro. No ano, entretanto, o dólar tem queda de 15,33%.
Acompanhe a cotação ao longo do dia
Às 9h09, queda de 0,33%, a R$ 3,3060
Às 9h59, alta de 0,12%, a R$ 3,3207
Às 10h09, alta de 0,46%, a R$ 3,3322
Às 11h, alta de 0,53%, a R$ 3,3345
Às 11h50, alta de 0,43%, a R$ 3,3309
Às 13h, alta de 0,11%, a R$ 3,3205
Às 14h10, alta de 0,19%, a R$ 3,3231
Às 15h11, alta de 0,53%, a R$ 3,3344
Cenário externo
Os preços do petróleo tiveram mais um dia de queda, diante das preocupações com o excesso de oferta.
“O petróleo virou para baixo e, em dia de agenda vazia, seguem as preocupações com as eleições norte-americanas e com a possibilidade de o Fed subir juro na próxima semana”, disse à Reuters o estrategista-chefe Banco Mizuho do Brasil, Luciano Rostagno.
Os encontros do Fed e do banco central do Japão na próxima semana estão sendo aguardados com ansiedade pelo mercado.
“Desde sexta-feira o mercado está de olho no que o Fed vai fazer. A situação atual do mercado mostra que os investidores estão diminuindo posições nessa expectativa”, disse à Reuters o economista da BGC Liquidez Alfredo Barbutti.
A proximidade da reunião de política monetária do Fed se soma às dúvidas do mercado sobre a eficácia dos estímulos monetários de outros bancos centrais, sobretudo depois que o Banco Central Europeu (BCE) disse não ter discutido um aumento nesses estímulos em sua última reunião.
Para analistas, o banco central japonês avaliará no encontro tornar a taxa de juros negativa o ponto central de futuros afrouxamentos monetários, transformando os juros como sua principal meta de política monetária em lugar da base monetária.
Menos interferência do BC
O dia também foi marcado pela redução da interferência do Banco Central no câmbio. O BC anunciou uma intervenção menor em comparação ao que vinha apresentando, com a redução para 5 mil contratos da oferta de swaps cambiais reversos, anunciada na noite de terça-feira.
Para alguns profissionais, o Banco Central apenas retirou volatilidade da moeda, diminuindo pressão de compra depois que o dólar subiu R$ 0,10 do dia 8 (R$ 3,2104 no fechamento) até o dia 14 (R$ 3,3168).
“Foi correto reduzir o swap, para não colocar gasolina na fogueira. O dólar rompeu R$ 3,30 bem rápido e o BC está se adequando à percepção de risco”, disse Rostagno à Reuters.
A seu ver, o BC está reconhecendo o risco de a moeda norte-americana entrar em trajetória de apreciação por causa do Fed e eleições, e já está se adequando à medida que o cenário para a moeda está se alterando.
A entrada de dólares do país superou a retirada de divisas em US$ 646 milhões nas duas primeiras semanas de setembro, informou o BC nesta quarta-feira. No mês de agosto, US$ 1,1 bilhão deixou a economia brasileira. Já na parcial do ano, saída líquida supera entrada em US$ 9,5 bilhões.
Fonte: G1