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quarta-feira, 15 janeiro, 2025

Crianças iraquianas estão isoladas pela guerra e morrem de fome

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Há mais de 1.350 civis que estão isolados perto de Mosul

Pelo menos três crianças morreram de fome nesta segunda-feira depois de passarem vários dias isoladas com suas famílias em uma região ao norte da cidade de Mosul, no Iraque, local onde acontecem combates entre as tropas iraquianas e os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI). A região está isolada e a população civil está presa, sem poder receber produtos.

O governador de Talkif, Basim Yaqub Belu, informou que a morte das três crianças aconteceu no vale Al Ahmar, situado entre a comarca de Talkif e a região de Batnaya, ao norte de Mosul. Belu detalhou que há mais de 1.350 civis que se encontram isolados nesse vale. A situação dessa população piora a cada dia, pois os estoques de alimentos estão se esgotando.

Algumas organizações humanitárias conseguiram levar alimentos básicos e remédios para esses deslocados, mas não em quantias suficientes. Atualmente, as forças iraquianas lutam contra o EI para expulsar a organização radical de Mosul e região.

Mosul é uma cidade no norte do Iraque que foi facilmente dominada em junho de 2014 pelo Estado Islâmico. O líder do grupo, Abu Bakr al-Baghdad, declarou Mosul a capital do califado.

É a tentativa do Exército do Iraque de tentar retirar o território em poder do Estado Islâmico. A ofensiva ocorre após uma sucessão de derrotas e de enfraquecimento do EI, como a perda das cidades de Tikrit, Ramadi, Fallujah e Dabiq, no norte da Síria.

Em 2014, Mosul foi a conquista determinante para a ascensão do Estado Islâmico. É lá que se concentra boa parte da extração de petróleo, cujo contrabando sustenta financeiramente os terroristas. Mosul também é o ponto crucial para o fluxo de pessoas e mercadorias na ao longo do rio Tigre. Caso o Iraque consiga retomá-la, prejudicaria o deslocamento de terroristas, armas e contrabando pela região.

Há uma coalizão de mais de 80 mil soldados, reunindo tropas curdas, divisões do Exército do Iraque e milícias xiitas iraquianas. Eles têm o apoio dos Estados Unidos e de outros países ocidentais. Mas essa aliança abriu uma crise com a Turquia, mantida à distância de toda ação em território iraquiano.

A batalha por Mosul deverá ser mais sangrenta e duradoura que as outras reconquistas. A preocupação maior é com o número de refugiados que podem sair de Mosul. As Nações Unidas falam em até 200 mil pessoas e já preparou campos para abrigá-los no Iraque. Mas o Estado Islâmico quer que os moradores de Mosul fiquem na cidade para usá-los em benefício próprio, como escudos humanos.

A eventual retomada de Mosul e o recolhimento do EI não representa o fim do grupo terrorista. Para manter seu poder, é provável que o Estado Islâmico retome seus planos de atentados contra países do Ocidente. Além disso, a instabilidade política na Síria contribui para criar um ambiente propício à sobrevivência do EI. Se a reconquista de Mosul for bem-sucedida, será uma vitória para o governo do presidente dos EUA, Barack Obama, que insistiu em combater os terroristas à distância, sem enviar tropas em solo, o chamado “no boots on the ground”.

Com a sucessão de derrotas do Estado Islâmico, acredita-se que o grupo tenha perdido cerca de 25% de seu território dominado. Há uma semana, o governo norte-americano tmabém anunciou que 18 líderes do grupo haviam sido mortos nos últimos 30 dias. Essas informações apontam para uma percepção de enfraquecimento do EI, mas analistas falam muito na possibilidade do grupo se reinventar e adotar novas práticas através de “lobos solitários” espalhados pelo Oriente Médio e Europa.

Fonte: Veja

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