O Brasil registou os dois primeiros casos suspeitos da nova variante do coronavírus conhecida como Deltacron, resultado de uma fusão da variante Delta e Ômicron, nos estados no Pará e Amapá, que fazem fronteira com Suriname e Guiana Francesa. Os casos foram levantados pelo Ministério da Saúde e estão sendo apurados pela Fiocruz.
O ministro brasileiro da saúde, Marcelo Queiroga, vinculou indiretamente essa condição de fronteira às infeções e, embora não tenha especificado que se trata de casos importados, salientou que a variante, já batizada nos meios científicos como Deltacron, “está mais presente na França e em outros países europeus”.
Queiroga ressaltou que o possível surgimento desses dois casos ainda não sugere que os protocolos vigentes devam ser alterados, que já terminaram em quase todo o país com as severas restrições que foram impostas nos últimos dois anos em muitas cidades e estados.
Segundo o ministro, o aparecimento de uma nova mutação deverá levar a um maior reconhecimento da importância da vacinação e ao cumprimento do calendário vacinal dos cidadãos.
O Brasil é um dos países mais afetados pela pandemia no mundo e acumula 655.249 mortes e 29,3 milhões de casos, com 171 óbitos e 11.287 infeções no último dia.
Deltacron
Um estudo preliminar divulgado nesta quarta-feira (9) identificou na França três pacientes com a “deltacron”, uma recombinação nas variantes delta e ômicron do coronavírus.
No entanto, a pesquisa ainda não foi publicada por revistas científicas ou revisado por outros especialistas. Em entrevista à agência Reuters, Philippe Colson, do Ihu Méditerranée Infection e principal autor do estudo, disse que a versão identificada do Sars Cov-2 combina da proteína S da ômicron com o “corpo” da delta.
Além disso, ainda segundo a Reuters, outras duas infecções foram identificadas nos Estados Unidos, de acordo com relatório ainda não divulgado pela empresa genética Hélix. Outras pesquisas já haviam relatado mais 12 infecções da “deltacron” em países Europeus desde janeiro.