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Cessar-fogo por tempo indeterminado entra em vigor em Gaza

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Israel e grupos palestinos concordaram com acordo que põe fim às hostilidades mas não resolve as maiores questões que envolvem o conflito.

Representantes de Israel e grupos palestinos concordaram com uma proposta de cessar-fogo por tempo indeterminado, que pode significar o fim do conflito na Faixa de Gaza depois de cinquenta dias. O acordo deve reduzir, mas não acabar com as restrições de circulação e comércio em Gaza, retomando em grande parte os termos do pacto de 2012 que acabou com um conflito de oito dias. Israel permitirá que materiais de construção e ajuda humanitária sejam enviados à região de forma monitorada, para garantir que sejam utilizados apenas com objetivos civis. “Não estamos interessados em permitir que o Hamas reconstrua sua máquina militar”, disse um oficial israelense ao jornal The New York Times.

O Egito, intermediador das negociações, anunciou que a trégua teve início às 19 horas locais (13 horas em Brasília). A informação foi confirmada pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. Minutos antes, no entanto, pelo menos quinze foguetes foram lançados de Gaza contra o território israelense e um ataque com morteiro matou um israelense em Eshkol e deixou outros seis feridos. Moradores relataram terem ouvido explosões na região de Tel Aviv e o grupo Hamas reivindicou a responsabilidade pelo lançamento de um foguete contra a área. Sirenes alertando sobre ataques continuaram a ser ouvidas no sul de Israel mesmo depois do início do cessar-fogo.

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Segundo a imprensa israelense, o acordo de cessar-fogo não atende a nenhuma das demandas do grupo terrorista palestino, como a de construção de um porto e um aeroporto em Gaza, a libertação de prisioneiros ou a transferência de recursos para a região. Essas questões devem ser discutidas depois de um mês, se a trégua for respeitada. Também neste período, Israel vai insistir na desmilitarização da Faixa de Gaza. O ministro da Justiça, Tzipi Livni, disse que “nenhuma conquista política significativa foi garantida ao Hamas, que é uma organização terrorista que não aceita nossa existência”. Acrescentou que o fim da operação militar israelense deve fazer parte de um “acordo mais amplo com os que buscam a paz”, segundo informação do jornal Haaretz.

Para Israel, o fim das restrições de circulação na região significaria caminho livre para os terroristas terem acesso a armamentos do exterior. Durante o atual conflito, o Hamas havia colocado o fim do bloqueio como condição para respeitar um cessar-fogo. Porém, nos últimos dias, Israel intensificou os ataques a Gaza, derrubando arranha-céus com escritórios, apartamentos e lojas.

Hamas comemora ‘vitória’ – Mesmo sem ter suas demandas atendidas, o Hamas aproveitou para fazer propaganda e falar em “vitória” sobre Israel. O negociador do grupo nas conversas intermediadas pelo Egito, Moussa Abu Marzouk, afirmou que o acordo “encarna a resistência de nosso povo e é uma vitória para a resistência”.

Um porta-voz em Gaza alegou que o Hamas impôs um “bloqueio aéreo” em Israel, em referência à suspensão de voos para o aeroporto Ben Gurion anunciada por várias companhias aéreas internacionais durante dois dias no mês passado. Disse ainda que israelenses que moram perto de Gaza e tiveram de deixar suas casas só podem voltar porque o grupo terrorista permitiu. Assim que o cessar-fogo entrou em vigor, milhares de pessoas foram às ruas em Gaza em resposta a mensagens de texto enviadas pelo Hamas pedindo que a ‘vitória’ do grupo fosse celebrada.

Israel iniciou no dia 8 de julho uma operação para conter o lançamento de foguetes contra seu território. Desde então, mais de 2.100 pessoas foram mortas do lado palestino, a maioria civis. Do lado israelense, 64 soldados e cinco civis foram mortos, incluindo a vítima desta terça-feira.

O governo americano declarou seu apoio ao acordo. “Esperamos muito que esse cessar-fogo seja durável e sustentável e coloque um fim aos ataques de foguete e morteiros e ajude a alcançar um fim duradouro ao conflito em Gaza”, anunciou o secretário de Estado americano, John Kerry, em comunicado.

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Fonte: AFP

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