Ling Jihua e sua família aceitaram subornos que somam mais 77,08 milhões de iuanes, de acordo com a Justiça chinesa.
Um antigo secretário pessoal do ex-presidente chinês Hu Jintao foi condenado nesta segunda-feira à prisão perpétua por aceitar subornos, obter ilegalmente segredos de Estado e abusar de seu poder. Segundo informou a agência oficial Xinhua, Ling Jihua se declarou culpado e decidiu não apelar da sentença.
De acordo com a agência, o ex-braço direito presidencial descreveu o julgamento como “meticuloso, racional e civilizado” e mostrou seu agradecimento à corte, à Procuradoria e seus dois advogados. “O julgamento de hoje ficará gravado em minha memória”, comentou o acusado no tribunal de Tianjin, a 200 quilômetros de Pequim.
Jihua, de 58 anos, foi afastado do poder em 2012, pouco depois de seu filho morrer em um acidente com uma luxuosa Ferrari em alta velocidade, fato que suscitou críticas sobre o comportamento dos líderes comunistas e suas famílias. Pouco depois do acidente, Jihua, que entre 2007 e 2012 foi diretor do Escritório Geral do Partido Comunista e era uma figura influente da cena política chinesa, foi relegado a cargos honoríficos no regime.
Em maio deste ano, a Justiça chinesa acusou oficialmente Jihua de aceitar subornos de mais de 77,08 milhões de iuanes (cerca de 37,6 milhões de reais) através dele mesmo e de sua família, além de obtenção ilícita de segredos de Estado e de abuso de poder. O caso foi usado como marco da campanha contra a fraude de Estado, lançada pelo presidente Xi Jinping, que sucedeu a Hu em 2013.
Apesar de a sentença definir o futuro de Ling Jihua, o escândalo não está encerrado. Especula-se que o político tenha entregue importantes segredos de Estado a seu irmão Ling Wancheng, empresário que vive foragido nos Estados Unidos. No momento, a China negocia com os americanos a captura e extradição de Wancheng, que possui uma casa de 2,5 milhões de dólares nos EUA, comprada de um jogador de basquete em 2013. A mulher de Jihua, Gu Liping, também foi detida pela acusação de ter participado dos esquemas do marido.
Fonte: Veja
