Um foguete russo Soyuz, operado pelo consórcio europeu Arianespace, colocou em órbita nesta segunda-feira mais 36 satélites para a empresa inglesa OneWeb. A empresa está construindo uma constelação de mesmo nome que oferecerá acesso à internet via satélite em banda larga a consumidores em todo o mundo, especialmente locais remotos ou mal servidos pelos meios de conexão tradicionais.
A missão OneWeb Fight 12 decolou a bordo de um foguete Soyuz 2-1B às 10h10 (horário de Brasília) do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão. Três horas após o lançamento os satélites foram colocados em uma órbita inicial a 450 km de altitude, e posteriormente serão manobrados até sua órbita final, a 1.000 km de altitude.
Com o lançamento desta segunda-feira a OneWeb tem 394 satélites em órbita, cerca de 60% do total de 648 satélites que terá quando a constelação estiver completa. Este foi o oitavo lançamento no ano para a OneWeb e o 15º para a Arianespace, que no último sábado (25) lançou o telescópio espacial James Webb a bordo de um foguete Ariane 5 a partir do Centro Espacial da Guiana em Kourou, na Guiana Francesa.
“A demanda por conectividade existe em um nível não apenas emocional, ela é quase visceral”, disse o CEO da OneWeb, Neil Masterson, em uma entrevista ao site Via Satellite neste mês. “Acreditamos que temos uma incrível oportunidade para ajudar a acabar com a exclusão digital.
A principal concorrente da OneWeb é a SpaceX e sua constelação Starlink, que até o momento conta com mais de 1.700 satélites em órbita servindo a consumidores em mais de 20 países. Os planos da empresa, entretanto, são muito mais ambiciosos, e incluem envolver o planeta em múltiplas “camadas” (shells) contendo até 30 mil satélites no total, o que vem gerando críticas da comunidade astronômica internacional, que teme que os equipamentos possam prejudicar, e até inviabilizar, as observações a partir da Terra.
Outra concorrente é a Kuiper Systems, subsidiária da Amazon que está desenvolvendo o “projeto Kuiper”, uma constelação de 3.236 satélites de banda larga. Além do serviço de conexão diretamente ao consumidor, a constelação também servirá para reforçar a infraestrutura do serviço de computação em nuvem da empresa, o Amazon Web Services (AWS), facilitando a interconexão dos vários data centers.