Carregamentos, a maioria com destino à Europa, foram localizados após trabalho em conjunto.
Mais de 13,6 toneladas de cocaína com alto grau de pureza foram interceptadas e apreendidas no Porto de Santos, no litoral de São Paulo, até esta segunda-feira (13), informou o Alfândega da Receita Federal. Segundo apurado pelo G1, trata-se de um número recorde no cais.
A quantidade registrada desde o início de janeiro supera as apreensões de 2017 (11.539 kg) e 2016 (10.622 kg). Para o Fisco, a utilização da tecnologia, aliada às ações de repressão no cais, inclusive com patrulhamento no mar, auxiliaram nos resultados, considerados os maiores de todo o Brasil.
“O Porto de Santos, em razão da importância no Brasil, é o mais visado. Se há droga, existe demanda na Europa, que é para onde a maior parte dos carregamentos é destina”, fala o chefe da Divisão de Vigilância e Controle Aduaneiro (Divig) da Alfândega, Oswaldo Souza Dias Junior.
Segundo o auditor fiscal, a obrigatoriedade de escaneamento de cargas destinadas ao continente europeu, a análise de risco de contêineres, o patrulhamento marítimo e a utilização de cães farejadores auxiliaram nos resultados dos últimos anos. O desafio é manter esse panorama.
“Sabemos que o maior controle em Santos força as quadrilhas a procurarem outros portos. Recentemente, vimos o crescimento de apreensões no Rio de Janeiro (RJ) e Paranaguá (PR), e nossas equipes têm se preparado para isso”, afirma o chefe da Divig da Alfândega de Santos.
Uma investigação foi aberta para determinar se a droga encontrada a bordo do navio, de bandeira italiana, foi embarcada pelo grupo que invadiu a embarcação. Uma mobilização, que envolveu até mesmo militares da Marinha do Brasil, não conseguiu evitar que os criminosos fugissem pelo mar.
Na terça-feira (7), câmeras flagraram quando narcotraficantes içaram 1,2 tonelada de cocaína ao navio ‘Grande Nigéria’, também durante a madrugada. Trata-se também de uma embarcação do armador Grimaldi, e que estava no mesmo terminal para o qual o ‘Grande Francia’ foi destinado.
“Ainda é cedo para afirmarmos, mas é certo que os casos podem estar ligados e ser a mesma quadrilha atuando. Eles tentaram despistar a ação da polícia, levando a droga até o mar, mas conseguimos localizar e apreender”, explica a delegada da Polícia Federal, Luciana Fuschini.
Na mesma terça-feira, em uma operação paralela, em outro terminal portuário na Margem Direita, equipes conseguiram localizar mais 558 kg de cocaína escondidos em meio a uma carga de polietileno. Todos os carregamentos tinham como destino o Porto de Antuérpia, na Bélgica.
A agência Oceanus, que representa a Grimaldi em Santos, foi procurada, mas disse que não tinha autorização para se posicionar sobre o caso. A armadora italiana, empresa proprietária do navio, não retornou os telefonemas do G1 nesta segunda-feira (13).