Imagens gravadas por agentes da Interpol mostram o momento em que o paranaense Sérgio Roberto de Carvalho, também conhecido como o surinamês Paul Wouter, foi preso na semana passada, na Hungria.
Natural de Ibiporã, no norte do Paraná, Carvalho é ex-major da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul e acusado de comandar uma organização internacional de tráfico de drogas. Procurado há dois anos por autoridades internacionais, ele foi abordado pelos agentes em um bar da capital Budapeste.
A Polícia Federal em Curitiba afirma que pedirá a extradição do ex-major para o Brasil e que negocia detalhes burocráticos. Outros países da Europa, onde o traficante é investigado, também têm interesse nessa extradição, mas as autoridades brasileiras querem que ele responda pelos crimes aqui.
De acordo com a Polícia Federal, o esquema comandado pelo ex-policial envia drogas à Europa, Ásia e África por meio de portos brasileiros. Um dos principais pontos de saída da droga, mostram as investigações, seria o porto de Paranaguá, no Paraná.
Do início de 2018 ao fim de maio deste ano, mais de 31 toneladas de cocaína foram apreendidas no porto de Paranaguá, informa a Receita Federal. As investigações da PF indicam que a maior parte das remessas pertencia à organização comandada pelo ex-major.
A Polícia Judiciária portuguesa e autoridades brasileiras auxiliaram na prisão. A polícia portuguesa liga o nome do ex-major à apreensão de quase 580 quilos de cocaína em um avião privado em fevereiro.
Identidade falsa
Na Europa, o ex-major se escondia com uma identidade falsa: ele fingia que era um empresário do Suriname chamado Paul Wouter.
Vivia em uma mansão avaliada em 2 milhões de euros na cidade de Marbella, no sul da Espanha. Em agosto de 2020, a polícia da Espanha o prendeu por suspeitar que ele tinha levado cocaína para a Europa em um barco, mas sem saber que o homem, na verdade, era o brasileiro Major Carvalho. Foi detido como se fosse Paul Wouter.