Existe vida sexual após ter um bebê? Essa é uma das perguntas mais comuns feitas pelos casais durante conversas com psicólogos no pós-parto. A dificuldade de retomar a vida sexual no puerpério é normal, afinal não há dúvida de que cuidar de um bebê é uma tarefa cansativa e que demanda muita dedicação.
“A maior queixa das mulheres é que o cansaço atrapalha a libido, mas o que acontece de fato é que a chegada do bebê transforma a sexualidade da mulher”, afirma a psicóloga Flavia Penido.
“Toda a energia dela está voltada para a amamentação e os cuidados com a criança. Os primeiros meses também são a fase de adaptação, na qual não se dorme direito, pelo padrão de sono do bebê, o que diminui a energia para as relações. Acontece um desencontro do casal, do ritmo, da libido e do desejo. Se eles estavam muito acostumados com a conexão erótica, isso faz com que fiquem muito frustrados”, declara o psicólogo Alexandre Coimbra Amaral.
Os dois especialistas irão debater sobre sexualidade no puerpério no 3° Siaparto (Simpósio Internacional de Assistência ao Parto), que acontece de 1º a 4 de junho em São Paulo.
Do ponto de vista físico, a mulher pode sentir desconfortos durante a relação sexual, mesmo respeitando o período do resguardo, que varia de um mês a 40 dias.
“Muitas vezes, a recuperação não termina no fim do resguardo. Pode levar mais tempo, três meses ou mais. Ainda existe a tradição de se fazer episiotomia –corte feito entre a região do ânus e da vagina durante o parto normal–, apesar de as evidências cientificas deixarem claro que a prática é prejudicial a mulher e a sua sexualidade. Nesse caso, ela pode sentir um imenso desconforto após o corte por um período mais longo”, afirma Flavia.
Mesmo que a mulher tenha tido um parto humanizado, sem nenhuma intervenção, a psicóloga ressalta que pode haver alguma laceração para ser cicatrizada. “Geralmente, ela não sente dor física, mas pode se perceber menos lubrificada devido aos hormônios
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Fonte: Uol