GEORGETOWN – Em resposta à crescente instabilidade na região de Essequibo, entre Venezuela e Guiana, o Exército Brasileiro está realizando um deslocamento estratégico de materiais de emprego militar para Roraima, incorporando o 18° Regimento de Cavalaria Mecanizado, a mais recente Unidade do Comando Militar da Amazônia.
A transferência inclui dezenas de Mísseis Superfície-Superfície 1.2 Anticarro (MSS 1.2 AC), um armamento de médio alcance desenvolvido nacionalmente em resposta aos requisitos específicos das Forças Armadas Brasileiras. Este sistema, composto por uma Munição (míssil em seu container lançador) e uma Unidade de Tiro, destaca-se pelo uso de tecnologia “beam-rider”, onde o operador realiza o apontamento óptico em direção ao alvo.
O MSS 1.2 AC possui a capacidade de perfurar blindagens com até 500 milímetros de espessura em chapa de aço padrão OTAN, neutralizando ameaças em um alcance de até 4 mil metros. Sua aplicação principal é contra veículos blindados, mas também pode ser utilizado secundariamente contra outros alvos compensadores, como concentração de veículos, construções fortificadas, depósitos de combustível e munição, barcos fluviais e helicópteros pairando à baixa altitude, conforme esclareceu o Exército.
Os requisitos para o desenvolvimento do MSS 1.2 AC foram estabelecidos pelo Exército Brasileiro, sendo o Centro Tecnológico do Exército (CTEx) responsável pela sua criação. A avaliação do míssil, conduzida pelo Centro de Avaliações do Exército (CAEx) em agosto de 2023, contou com a participação de engenheiros e técnicos da empresa SIATT Engenharia, Indústria e Comércio LTDA, além de representantes da Marinha do Brasil.