A Venezuela apresentou nesta quinta-feira (17/11) os seus argumentos junto à Corte Internacional de Justiça (CIJ) referente à reclamação da Guiana sobre a soberania no território de Essequibo.
O diferendo proposto pela Guiana ainda não foi aceito pela CIJ, e a visita da delegação venezuelana à sede da CIJ em Haia, nos Países Baixos tinha como objetivo, justamente, convencer o tribunal a não abrir o caso.
A missão venezuelana foi liderada pela vice-presidenta Delcy Rodríguez, que apresentou pessoalmente as alegações do seu país, com a tese de que o diferendo proposto pela Guiana está baseado em uma interpretação equivocada do Acordo de Genebra de 1966.
O acordo citado pela Venezuela faz parte dos documentos nos quais se basearam a independência da Guiana, naquele mesmo ano de 1966, e nele o Reino Unido reconhece que a colonização britânica avançou indevidamente sobre o território de Essequibo, cuja soberania seria venezuelana, e que portanto o país que se tornaria independente naquele então não contaria com essa região dentro de suas fronteiras.
“O Reino Unido explorou o território do Essequibo indevidamente durante anos, graças ao Laudo Arbitral de Paris de 1899, quando obtiveram uma vitória após apresentarem mapas falsificados”, garantiu a vice-presidenta da Venezuela.
Segundo Rodríguez, outra razão pela qual a CIJ não poderia declarar admissível o pedido da Guiana é que o Reino Unido não está envolvido no caso, e que isso seria primordial, já que o referido Acordo de Genebra foi assinado por Londres e Caracas.
Na terça-feira (15/11), o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, falou sobre o tema durante um evento no Palácio Miraflores.