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Venezuela ameaça Guiana em reunião no Palácio do Itamaraty, no Brasil

Durante a reunião, o chanceler Mauro Vieira defendeu a formação de uma "zona de paz e cooperação" como elemento de dissuasão contra a ingerência de países externos à região

Atualizado há

GEORGETOWN – Na última semana, durante uma reunião de autoridades sul-americanas realizada no Palácio do Itamaraty, em Brasília, a delegação chefiada pelo ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil, fez um discurso em tom de ameaça contra a Guiana. O evento, que contou com a presença de chanceleres e ministros de Defesa, tornou-se tenso devido aos discursos inflamados de Gil e do vice-ministro de Defesa, Félix Osorio.

O governo brasileiro, liderado pelo presidente Lula (PT), aumentou a preocupação em relação ao referendo marcado pelo regime de Nicolás Maduro para 3 de dezembro sobre o Essequibo, território reivindicado por Caracas e disputado historicamente. A consulta popular envolve a decisão dos votantes sobre a reivindicação de 160.000 km², território que a Venezuela alega ser parte de seu território.

A expectativa é que o “sim” ganhe por ampla maioria, mas a Guiana classificou o movimento venezuelano como uma “ameaça existencial”. O regime de Maduro enviou Gil e Osorio para representar a Venezuela na reunião no Itamaraty, onde os discursos foram direcionados ao referendo, sugerindo que, dependendo do resultado, Caracas “pode ser forçada pelo povo” a adotar determinadas atitudes.

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Relatos de autoridades presentes descreveram o momento como “tenso”, com discursos venezuelanos em tom de ameaça, ultrapassando o esperado para uma reunião diplomática. Os representantes da Venezuela afirmaram que o país não aceitará ser “roubado” ou “enganado” e que se defenderá contra interesses imperialistas, revisando acordos considerados injustos, termos que fazem parte da retórica do regime sobre a disputa territorial do Essequibo.

A Guiana, representada na reunião, expressou sua preocupação com as recentes ações da Venezuela, destacando a crise fronteiriça. As autoridades guianenses defenderam que o tema deve ser tratado no âmbito da Corte Internacional de Justiça, posição rechaçada pelo regime Maduro.

O acirramento das tensões próximo ao dia do referendo levou o embaixador Celso Amorim, principal conselheiro de Lula para assuntos internacionais, a viajar para Caracas na última semana para uma reunião com Maduro. O governo brasileiro enfatizou a importância de soluções diplomáticas ou arbitragem internacional, manifestando preocupação com uma possível situação “potencialmente conflituosa” em uma região próxima ao território brasileiro.

A avaliação no governo é que o referendo é, atualmente, mais um movimento político de Maduro para capitalizar o amplo apoio à reivindicação do Essequibo na Venezuela. No entanto, há temores de que uma escalada possa resultar em uma situação fora de controle.

Durante a reunião, o chanceler Mauro Vieira defendeu a formação de uma “zona de paz e cooperação” como elemento de dissuasão contra a ingerência de países externos à região. Vieira ressaltou que o Brasil resolveu todas as suas disputas territoriais por meio de negociações e destacou a importância do diálogo e da solução pacífica das controvérsias.

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