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domingo, 16 março, 2025

Venezuela abre investigação criminal sobre conflito no Essequibo

Presidente da Guiana, Irfaan Ali, anunciou que o governo guianense está investigando o caso

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DA REDAÇÃO – O Ministério Público da Venezuela anunciou nesta quarta-feira, 19 de fevereiro, a abertura de uma investigação criminal após uma agressão contra a Guiana, ocorrida na segunda-feira, 17 de fevereiro, no território disputado do Essequibo. Em um comunicado divulgado nas redes sociais, o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, afirmou que o país processará os responsáveis pelas “ações violentas” que afetaram a região, que é disputada entre os dois países.

Segundo o comunicado, o objetivo da investigação é apurar as circunstâncias nas quais um grupo de pessoas ficou ferido devido a uma ação das forças de segurança da Guiana. O texto enfatizou que o Essequibo é considerado parte integrante do território da Venezuela, como estabelece a legislação do país, e que o Ministério Público venezuelano tem jurisdição para investigar quaisquer “atos criminosos” ocorridos ali, com base no artigo 16 da Lei Orgânica de Defesa do Essequibo.

O procurador-geral também mencionou que parte da investigação envolverá o depoimento de pessoas feridas, que estão recebendo cuidados médicos no território venezuelano. A alegação foi vista como uma tentativa de responsabilizar a Guiana pela violência, colocando a culpa nas suas forças de segurança.

O conflito e as versões opostas

O incidente aconteceu na região do Essequibo, uma área rica em recursos naturais que corresponde a cerca de 70% do território da Guiana. Segundo o governo da Guiana, seis soldados guianenses ficaram feridos durante um confronto com homens armados que dispararam de território venezuelano. O chefe do Estado-Maior do Exército da Guiana, brigadeiro-general Omar Khan, afirmou que membros de gangues, possivelmente ligadas a grupos criminosos como o Tren de Aragua, foram responsáveis pelos disparos.

De acordo com o relato de Khan, os soldados guianenses estavam realizando uma missão de reabastecimento ao longo do rio Cuyuni, quando foram atacados por homens armados posicionados na margem venezuelana do rio. Uma troca de tiros se seguiu ao ataque, e os seis militares foram levados para a capital, Georgetown, para tratamento.

O presidente da Guiana, Irfaan Ali, anunciou que o governo guianense está investigando o caso. Contudo, as autoridades venezuelanas contestaram prontamente as informações fornecidas pela Guiana. Na terça-feira, 18 de fevereiro, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela publicou uma declaração no Telegram, alegando que a versão apresentada pela Guiana era uma “narrativa falsa”. O governo venezuelano classificou o incidente como uma “operação de bandeira falsa”, acusando a Guiana de tentar manipular a opinião pública para desviar a atenção das supostas violações do direito internacional cometidas por seu país no Essequibo.

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