O avião que trouxe Jair Bolsonaro, presidente do Brasil, pousou no Johan Adolf Pengel, no Suriname, pouco antes do meio dia. A comitiva brasileira também foi recepcionada por ministros e pelo vice-presidente Ronnie Brunswijk e seguiu para o Palácio Presidencial.
Jair Bolsonaro estava de máscara. Aguardou em frente ao avião a ordem para passar pelo tapete vermelho e foi saudado pelos guardas surinameses. Em seguida, ele foi direto para o carro que o aguardava.
Conforme publicação do Palácio do Planalto brasileiro, a agenda de Bolsonaro com Santokhi e Ali iniciará por volta das 13h10. Eles vão debater o estreitamento dos laços bilaterais envolvendo os três países, o que inclui energia, comércio, entre outras coisas.
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A visita de Bolsonaro ao Suriname e a Guiana era pra ter acontecido antes da pandemia. De acordo com um comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores, “a viagem presidencial ocorre no contexto do fortalecimento das relações bilaterais”.
“Em cenário de retomada do diálogo estratégico entre os governos e de perspectivas de maior desenvolvimento econômico e social no Suriname e na Guiana, impulsionado pelas descobertas recentes de petróleo e gás”, concluiu o comunicado do governo brasileiro.
- Energia e Gás
Além do petróleo, o Brasil tem interesse em explorar ligações com os países, por meio da construção de redes elétricas e gasodutos. O tema é embrionário, mas deve ser pautado nas reuniões bilaterais.
Para o secretário do Itamaraty, o investimento tem potencial, inclusive, para estimular o comércio de energia na região. “Quanto mais você tiver a América do Sul interligada, maior será a segurança dos países. Porque haverá um fluxo energético”.
- Comércio
Embora as participações do Suriname e da Guiana representem uma pequena parcela da balança comercial brasileira, os resultados do comércio entre o Brasil e os países saltaram, em meio à recuperação econômica da Covid-19.
Em 2021, as exportações brasileiras à Guiana cresceram em cerca de 171%, alcançando a marca de US$ 111,7 milhões. Apesar de menores, as exportações ao Suriname tiveram um aumento de 18% e alcançaram a marca de US$ 38,5 milhões.
Os números são positivos, porém a falta de infraestrutura na rota que liga os países, serve como um freio para um ambiente mais competitivo. Especialistas também apontam que há uma carência de acordos de facilitação do comércio entre os países, para evitar, por exemplo, que a mercadoria precise ser trocada de caminhões na saída e entrada dos países.
“A gente ainda exporta muito pouco para esses países. Nós não somos os principais parceiros deles, apesar de sermos vizinhos. Então isso é uma coisa que a gente quer mudar. Isso depende de ter mais e melhor infraestrutura, como estradas, transporte marítimo, para que as nossas mercadorias cheguem melhor lá”, explica o embaixador do Itamaraty.
A Guiana aposta na construção de um porto de águas profundas, com possibilidade de conexão a uma rodovia e linha férrea, para aumentar o comércio na região. A embaixada do país no Brasil informou que a Guiana oferece o menor e mais rápido acesso ao Atlântico, para regiões importantes do Norte do Brasil. “Uma rodovia conectada a um porto de águas profundas poderia servir de interesse a ambos os países”.
- Segurança nas fronteiras
Enquanto os governos buscam investimentos em infraestrutura para ampliar o comércio, a fronteiras que corta os dois países e os estados do Amapá, Roraima e Pará, enfrenta outros problemas.
Um deles é a dificuldade de fiscalização em áreas de florestas densas, que possibilita a abertura de garimpos. O Suriname, por exemplo, é o menor país da América do Sul e uma das nações com maior área florestada no mundo.
A travessia ilegal de fronteiras na região da Amazônia Legal deve ser um dos principais temas de discussões consulares, entre os chefes de estado.