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URGENTE: Chefe de governo da Guiana Francesa critica visto a brasileiros, e fala da fronteira com o Suriname

Em março, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente francês Emmanuel Macron (Renascimento, centro) assinaram acordos de cooperação para combater o garimpo ilegal na região

Atualizado há

CAIENA – Gabriel Serville, 65 anos, chefe do governo local da Guiana Francesa, expressou sua oposição à exigência de visto para brasileiros que desejam entrar no território. “Eu luto pelo fim do visto, que não tem eficácia em combater o garimpo ilegal. Existem muitos brasileiros que não são garimpeiros”, afirmou Serville, membro do Partido Socialista Guianense. Para viagens a Paris, brasileiros não necessitam de visto.

Serville é presidente da Coletividade Territorial da Guiana Francesa (CTG), que possui funções tanto executivas quanto legislativas, embora com poderes limitados, já que a França, ao contrário do Brasil, não é uma federação, mas sim um país organizado em departamentos. A Guiana Francesa é um departamento ultramarino.

Em março, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente francês Emmanuel Macron (Renascimento, centro) assinaram acordos de cooperação para combater o garimpo ilegal na região. Serville, que é um opositor político de Macron, comentou: “Acredito na sinceridade de Lula. Na de Macron, não”.

Lula e Macron, casamento

Desde 2021, Serville preside a CTG, após ter atuado como deputado na Assembleia Nacional em Paris de 2012 a 2021. Segundo estimativas da polícia da Guiana Francesa, cerca de 10.000 brasileiros estão atualmente no território. O controle de pessoas é difícil ao longo dos 730 km de fronteira com o Brasil, que é a maior da França; a segunda maior é com a Espanha.

A fronteira com o Suriname também apresenta desafios de controle. Serville apontou que o fornecimento de equipamentos e produtos aos garimpeiros na margem surinamesa do rio Maroni é um dos principais fatores que incentivam o garimpo. Ele acredita que a economia do Suriname se beneficia da atividade ilegal na Guiana Francesa, o que complica os esforços de combate.

Além do garimpo, Serville destacou outros problemas enfrentados pela Guiana Francesa, afirmando que leis impostas a partir de Paris não são adaptadas à realidade local. Ele criticou a proibição de agrotóxicos, que impactou a produção de arroz na região. “Agora compramos arroz do Suriname, onde esses produtos são utilizados, enquanto são proibidos aqui. O Suriname também exporta arroz para a França metropolitana”, observou.

A maioria dos produtos no comércio da Guiana Francesa é importada da França metropolitana. Serville expressou o desejo de aumentar as trocas comerciais com os estados brasileiros do Amapá e do Pará, além de ressaltar o potencial para a produção de açaí. “Há uma grande demanda global, e o Brasil não consegue atender a isso sozinho”, concluiu.

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