spot_img
spot_img

Tensões territoriais entre Guiana e Venezuela atingem ponto crítico em audiência na CIJ

O referendo proposto por Caracas questiona a aceitação do acordo de 1899, defendido pela Guiana, e pede a rejeição da jurisdição da CIJ sobre a disputa

Atualizado há

GEORGETOWN – Nesta terça-feira, a disputa territorial entre Guiana e Venezuela atingiu um novo patamar durante a audiência na Corte Internacional de Justiça (CIJ). A Guiana expressou sua preocupação em relação ao referendo planejado pela Venezuela sobre a região contestada conhecida como Essequibo ou Guiana Essequiba, considerando-o uma “ameaça existencial”.

A região de 160 mil km², rica em minerais e petróleo, tem sido motivo de desacordo entre os dois países por mais de um século. A Guiana, atual administradora da área, viu as tensões aumentarem após a concessão de licenças petrolíferas na região, exacerbando um conflito que remonta aos tempos pré-independência da Guiana em 1966.

Carl Greenidge, ex-ministro da Guiana, representando o país na CIJ, alertou sobre a possibilidade de a Guiana perder seus direitos de forma “irreparável” e “potencialmente permanente”. Ele classificou a ameaça atual como “existencial” para o país sul-americano.

Em resposta, a Venezuela anunciou a realização de um referendo em 3 de dezembro, buscando a opinião de seus cidadãos sobre a criação de um novo estado na região, chamado “Guayana Esequiba”. Essa iniciativa foi denunciada por Georgetown como “expansionismo”.

Após a audiência, a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, acusou a Guiana de mentir e manipular fatos. O presidente Nicolás Maduro reiterou a soberania da Venezuela sobre a Guiana Essequiba, recusando-se a aceitar interferências externas.

A disputa foi intensificada após a recente descoberta de grandes reservas de petróleo pela Guiana em outubro, tornando a região ainda mais cobiçada. Com quase 10 bilhões de barris de petróleo bruto, a Guiana agora possui reservas que rivalizam com nações do Oriente Médio.

O referendo proposto por Caracas questiona a aceitação do acordo de 1899, defendido pela Guiana, e pede a rejeição da jurisdição da CIJ sobre a disputa. Georgetown busca que a CIJ proíba o referendo em sua forma atual, alegando que a Venezuela pode buscar anexar Essequibo de forma “unilateral e ilegal”, causando “danos irreparáveis”.

A próxima etapa envolve a apresentação dos argumentos da Venezuela em Haia, programada para quarta-feira. Enquanto as decisões da CIJ são vinculantes, a implementação efetiva pode ser desafiadora, sem mecanismos claros para garantir o cumprimento das resoluções. A região continua a ser um foco de atenção internacional, com muitos observadores ansiosos para ver como esse complexo impasse será resolvido.

Comentar

Comentar

spot_img
spot_img
spot_img

Mais do LPM

spot_img
Custom App
Phone
Messenger
Email
WhatsApp
Messenger
WhatsApp
Phone
Email
Custom App