ESSEQUIBO – A disputa territorial entre Guiana e Venezuela ganhou novos contornos nesta sexta-feira (28), após um cruzador de mísseis norte-americano participar de exercícios militares conjuntos com a Força de Defesa guianense. A presença dos Estados Unidos na região, que possui vastas reservas de petróleo e minerais estratégicos, elevou a tensão diplomática e gerou preocupação sobre um possível conflito armado na América do Sul.
O Essequibo é alvo de reivindicação venezuelana desde o século XIX. Em 1899, um tribunal internacional concedeu o território à Guiana Britânica, decisão nunca plenamente aceita pela Venezuela. O conflito territorial permaneceu adormecido por décadas, mas ressurgiu com força em 2015, após a descoberta de bilhões de barris de petróleo e reservas de gás natural na área disputada.
O cruzador norte-americano que participou dos exercícios na Guiana realizou treinamentos de defesa aérea e simulações de combates marítimos, reforçando o apoio político e militar dos EUA ao governo guianense. A movimentação acontece em meio a um histórico de incidentes recentes, incluindo incursões de embarcações venezuelanas na região disputada, o que aumentou ainda mais a tensão entre os dois países vizinhos.
A Venezuela reagiu imediatamente, classificando a presença militar dos EUA como uma provocação e uma tentativa de interferência direta em assuntos regionais. O governo de Nicolás Maduro ameaçou adotar “todas as medidas necessárias” para defender sua soberania territorial, aumentando o receio de uma escalada militar. O Brasil, que faz fronteira com ambos os países, também manifestou preocupação. O governo brasileiro decidiu reforçar a presença militar em suas fronteiras para garantir a segurança e evitar que o conflito se expanda para a região.