Sete pessoas morreram em três diferentes estados. Autoridades da Flórida afirmam que esta foi tempestade mais violenta a atingir estado em muitos anos; Trump prometeu reconstrução rápida.
Michael continua gerando fortes ventos e inundações em sua passagem pelos Estados Unidos como tempestade tropical, nesta quinta-feira (11), após deixar ao menos sete mortos e devastar o noroeste da Flórida, onde tocou terra como furacão de categoria 4.
As autoridades afirmaram que esta foi a tempestade mais violenta a atingir o estado em muitos anos.
Ao menos sete pessoas morreram vítimas da tempestade, cinco na Flórida, uma na Geórgia e uma na Carolina do Norte.
O olho de Michael entrou em terra firme perto de Mexico Beach, uma localidade a cerca de 30 km ao sudeste de Panama City, por volta das 17 horas de quarta-feira (14 horas em Brasília) como um furacão de categoria 4 na escala de Saffir-Simpson (que vai de 1 a 5), informou o Centro Nacional de Furacões (NHC).
Rebaixado para tempestade tropical nesta quinta-feira, Michael atravessava a Carolina do Norte com ventos máximos sustentados de cerca de 85 km/h, em direção ao nordeste, segundo o boletim do NHC de 18 horas (15 horas em Brasília).
Em sua passagem, provocava inundações em setores da Carolina do Norte e da Virgínia, assim como fortes ventos também na Carolina do Sul.
Fotos e vídeos de Mexico Beach, de cerca de mil habitantes, mostravam cenas de devastação absoluta. As casas pareciam flutuar no meio de ruas inundadas, algumas totalmente destruídas após terem perdido o teto.
“Minha casa em Mexico Beach está debaixo d’água”, disse Loren Beltrán, uma contadora de 38 anos, depois de ver imagens de seu bairro. “Perdi tudo de material, mas graças a Deus estamos bem”.
Ela e seu filho de três anos se refugiaram em outra casa em Panama City, onde o panorama não era, no entanto, muito mais animador.
Panama City parecia uma área de guerra depois de ter sido atingida por mais de três horas por fortes ventos e uma chuva intensa que caía horizontalmente. As ruas eram intransitáveis e havia antenas, tetos, árvores e semáforos espalhados por todos os lados.
“É uma devastação impensável”, disse Rick Scott, o governador republicano da Flórida. “Minha maior preocupação é, obviamente, a perda de vidas. Sei que várias pessoas ficaram feridas”.
O governador pediu para a população não sair de casa: “Há cabos elétricos no chão e árvores caídas por todos os lados”.
Scott havia anunciado que o furacão seria a tempestade mais destrutiva a atingir o ‘panhandle’ da Flórida em um século”. O “panhandle” é como se conhece em inglês esta faixa de terra na costa do Golfo do México.
Ao informar o presidente Donald Trump na Casa Branca, o diretor da Agência Federal de Emergências (FEMA), Brock Long, disse que Michael foi o furacão mais intenso a afetar a região noroeste da Flórida desde 1851.
Em declarações à Fox News nesta quinta-feira, o presidente prometeu que “a reconstrução será rápida”. Na quarta-feira, Trump disse que viajaria a Flórida “muito em breve”.
Ao menos 380 mil pessoas estavam sem eletricidade na região noroeste, de acordo com um boletim da agência de emergências da Flórida, SERT.
Furacão histórico
“Infelizmente, esta é uma situação histórica, incrivelmente perigosa e de risco de vida”, disse Ken Graham, diretor do NHC.
O general Terrence O’Shaughnessy, comandante do Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte, disse que a rapidez com que a tempestade se formou e cresceu pegou os moradores desprevenidos.
“Começou como tempestade tropical, depois aumentou para categoria 1, depois 2 e quando menos esperávamos, era um furacão de categoria 4”, disse O’Shaughnessy.
Estima-se que 375 mil pessoas de mais de 20 condados receberam ordens de evacuação, obrigatória ou voluntária.
A FEMA tem mais de 3 mil pessoas na região, enquanto o governador Scott informou que acionou 3.500 agentes da Guarda Nacional.
Em Dothan, Alabama, cartazes publicitários, postes de serviços públicos e vários tetos de chapa foram arrancados pelo vento, constatou a AFP. Algumas árvores que caíram na estrada foram cortadas na madrugada para permitir o trânsito.
No ano passado, uma série de furacões catastróficos atingiu o Atlântico ocidental. Os mais violentos foram o Harvey no Texas, Irma no Caribe e Flórida, e Maria, que devastou o Caribe e deixou quase 3 mil mortos no território americano de Porto Rico.
A temporada de furacões do Atlântico termina em 30 de novembro.
Fonte: G1