Presidente participou nesta sexta (21) de cerimônia em Foz do Iguaçu. Denunciado 3 vezes pela PGR, Temer disse nesta quinta deixar o Planalto com ‘mágoa’ por ‘ataques de natureza moral’.
O presidente Michel Temer afirmou nesta sexta-feira (21) que deixará o governo com a consciência “absolutamente tranquila” por ter produzido “muito” pelo Brasil.
Temer deu a declaração ao participar de uma cerimônia em Foz do Iguaçu (PR) com o presidente do Paraguai, Mario Abdo. Segundo Temer, esta pode ter sido a última agenda pública dele.
“Eu saio, como alguém disse aqui ou lá enquanto conversávamos, com a consciência absolutamente tranquila, calma, leve, com um sentimento de que produzimos muito pelos nossos países”, declarou.
Nesta quinta (20), Temer participou de uma cerimônia em Brasília com servidores da Presidência na qual disse que leva uma “mágoa” do governo por ter sofrido “ataques da natureza moral”.
Nos 2 anos e 7 meses à frente do governo, Temer foi denunciado três vezes pela Procuradoria Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal por crimes como organização criminosa, corrupção, lavagem de dinheiro e obstrução de Justiça.
A denúncia mais recente foi apresentada nesta semana pela procuradora-geral, Raquel Dodge, por suspeitas de irregularidades na edição do chamado decreto dos portos.
Temer sempre negou ter cometido irregularidades no governo, afirmando não ter preocupações com processos na Justiça. Para o presidente, “tentaram desgraçar” a vida dele desde que assumiu o Planalto.
Chegada à Presidência
Ex-deputado federal, Temer chegou à Presidência em maio de 2016, após a então presidente Dilma Rousseff ser afastada em razão do processo de impeachment.
Vice-presidente à época, Temer foi chamado de “golpista” por aliados de Dilma por ter se alinhado à oposição e por ter implementado propostas diferentes das prometidas pela petista na campanha de 2014.
Temer, por exemplo, chegou a gravar um áudio antes de a Câmara analisar o impeachment como se os deputados tivessem aprovado o processo. Enviou, ainda, uma carta a Dilma na qual dizia que a então presidente não confiava nele.
Durante o período na Presidência da República, Temer viu a aprovação dele cair de 13%, em maio de 2016, para 5%, conforme a última pesquisa Ibope, divulgada na semana passada.
Durante todo o período em que esteve no Planalto, o presidente foi alvo de gritos de “Fora, Temer” em manifestações por todo o país.
Recentemente, na última reunião ministerial de governo, ele brincou ao dizer que sentirá falta do “Fora, Temer”.
Fonte: G1