PARAMARIBO – A Polícia Federal (PF) e a Receita Federal deflagraram a operação “Maré Segura” com o objetivo de desarticular organizações criminosas envolvidas em contrabando e lavagem de dinheiro nos estados do Pará e Maranhão. Até esta quinta-feira (13), quatro prisões foram realizadas e mais de R$ 50 milhões foram bloqueados em contas bancárias dos suspeitos. Além disso, as atividades comerciais de dez empresas foram suspensas.
As investigações revelaram que essas empresas estavam sendo utilizadas para “mascarar” operações financeiras ilegais da organização criminosa. Durante a operação, foram apreendidos veículos, dinheiro, embarcações, documentos e equipamentos eletrônicos, embora a quantidade total ainda não tenha sido contabilizada pelos agentes.
HISTÓRICO DO CASO
- Brasileiros foragidos são presos em Paramaribo e transportados em jatos da PF
- Brasileiros presos em estavam em região central da capital Paramaribo
Abaetetuba, uma cidade no nordeste do Pará, foi identificada como um ponto estratégico na rota do contrabando. Segundo a PF, a organização transportava mercadorias proibidas do exterior utilizando uma rede logística sofisticada. Os cigarros contrabandeados provinham de três principais regiões: Paraguai, Estados Unidos e leste europeu, enquanto produtos eletrônicos “piratas” eram originários da China.
A PF detalhou que a rota dos cigarros do Paraguai incluía exportações via portos do Uruguai até o Suriname, antes de chegarem ao Brasil. Já as cargas oriundas dos EUA e Europa passavam por países do Caribe, como Barbados e Trinidad e Tobago, antes de serem introduzidas no mercado brasileiro.
Além do contrabando, a PF destacou que a atividade clandestina representa um sério risco à saúde pública, uma vez que as mercadorias chegam ao país sem a devida fiscalização. Os suspeitos detidos poderão ser indiciados por contrabando, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa, entre outros crimes.
Em uma ação complementar, na quarta-feira (9), a PF anunciou a prisão de sete brasileiros que estavam foragidos no Suriname. A operação, realizada com o apoio do Judicial Intervention Team da Procuradoria Geral da República do Suriname, destaca a importância da cooperação internacional no combate ao crime organizado. Os indivíduos, que estavam sob alerta de Difusão Vermelha da Interpol, eram alvos da Operação Maré Segura e tinham ligações com crimes graves, como contrabando e lavagem de dinheiro.