O governador de Roraima, Antonio Denarium (Progressistas) e o presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, discutiram a possibilidade de construir uma linha de transmissão que ligaria as capitais guianense (Georgetown) e roraimense (Boa Vista). O encontro entre os líderes foi realizado no fim de semana, no país vizinho.
Segundo o governo estadual, a ideia seria construir uma usina hidrelétrica na Guiana para gerar energia excedente no país. A reunião também contou com autoridades guianenses como o ministro da Agricultura, Zulfikar Mustapha, e o secretário para Assuntos Exteriores, Robert Persaud.
As autoridades também discutiram uma definição para voos regulares entre Georgetown e Boa Vista, ampliando o acordo bilateral de transporte internacional de cargas e passageiros entre Brasil e Guiana, oficializado em 2005. O governo estadual avalia que a medida transformará Georgetown em um “hub de distribuição” de produtos roraimenses e, assim, reduzir o tempo de transporte e dinamizar o comércio na região.
Também estava na pauta a segurança alimentar entre os dois países, o desbloqueio de entraves e burocracias que limitam a dinâmica das exportações e importações, e o andamento das obras das rodovias guianenses que dão acesso ao porto de águas profundas do país. “Isso vai dar a Roraima uma das melhores logísticas do Brasil e com certeza vai fortalecer a economia e possibilitar novas oportunidades de comércio para o nosso Estado”, avaliou Denarium.
Líderes também discutiram a construção de um terminal de alimentos em Lethem para receber cargas de Roraima com destino aos países-membros do bloco de cooperação econômica e política Caricom (Comunidade do Caribe) e a ampliação da exportação de soja, carne e milho para a região caribenha. “O incremento dessas importações vai gerar um aumento dos indicadores da balança comercial roraimense”, disse o governador.
O presidente guianense avalia que Roraima é um parceiro próximo que auxilia a Guiana com a venda de alimentos e diversos produtos em um momento em que o País caribenho passa por um choque de crescimento com a descoberta de petróleo na costa oceânica. “Roraima tem sido uma grande parceria e quero que isso se estreite cada vez mais em nível de Brasil e possamos gerar bons negócios para os dois países”, declarou Ali.
“Há um potencial de mais de 60 milhões de pessoas para consumir nossos produtos e essa boa relação faz toda diferença”, completou Denarium.